quinta-feira, 23 de maio de 2019

Impostômetro vai atingir a marca de R$ 1 trilhão 11 dias mais cedo neste ano

Impostômetro registra o que pagamos de impostos aos governos federal, estadual e municipal

A próxima sexta-feira (24) será um dia a ser recordado pelos brasileiros. É que no dia 24 de maio os brasileiros terão pago o total de R$ 1 trilhão em impostos, segundo levantamento do Impostômetro instalado na fachada da Associação Comercial do Paraná (ACP). O montante, que será arrecadado 11 dias antes do que em 2018, corresponde ao total de 63 impostos, taxas, multas e contribuições pagas peos brasileiros desde o início do ano nos três níveis de governo: municipal, estadual e federal.
Em 2006, inclusive, o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) realizou um estudo no qual identificou que os brasileiros trabalham, em média, 145 dias (o equivalente a quase cinco meses) apenas para pagar seus impostos. Atualizando o cálculo, hoje já seriam 153 dias de trabalho apenas para pagar tributos – este ano, inclusive, será a primeira vez que a marca trilionária de arrecadação será alcançada em maio.
Ainda segndo o IBPT, em média 33% do que você paga ao consumir qualquer coisa no mercado, na lanchonete, no restaurante ou no bar acaba sendo revertido em imposto. E é para chamar a atenção para questões como essa que empresários, liderados pela Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje), realizam no próximo sábado o Dia D do Feirão do Imposto.
Na data, que será celebrada em 46 cidades do Paraná (Curitiba, contudo, ainda não está confirmada), produtos como combustíveis, cervejas, suco de laranja e pão francês serão vendidos sem impostos. A seleção dos produtos com imposto zero no ato da venda depende de parceria que os movimentos de jovens fazem com os varejistas de cada município.
“Na verdade, o comerciante vai pagar o imposto, mas ele subsidia esse valor para o consumidor ter uma ideia de como seria o preço do produto sem a carga tributári tão alta como hoje”, explica o coordenador nacional do Feirão do Imposto pela Conaje, Eduardo Medeiros Pereira.
Segundo ele, o grande problema no Brasil hoje é a alta carga tributária sobre o consumo, mais fácil de ser feita porque os consumidores não percebem claramente os impostos que estão sendo pagos. É que você não emite, por exemplo, uma guia para pagar o imposto do produto que consome. Você simplesmente paga o valor do produto e pronto, o imposto já está embutido. É a chamada “tributação velada”.
“O grande viés que temos de focar e engrandecer é a questão da reforma tributária. Temos uma alta carga e má divisão. O único meio de mudar isso é com uma reforma. Não somos contra o pagamento de impostos, só queremos uma forma de pagamento mais justa”, argumenta Pereira.
“Menos é mais” é o tema deste ano
O Dia D do Feirão é referência ao Dia da Liberdade de Imposto (DLI), celebrado no dia 24 e que este ano coincidiu com a realização do feirão. O tema escolhido pela Conaje para o evento é “Menos é mais”, numa referência à Curva de Laffer, teoria econômica desenvolvida pelo economista Arthur Laffer.
“O tema vem de uma analogia à Curva de Laffer. É que chega um ponto que não adianta mais aumentar o valor dos tributos que a arrecação começa a diminuir. Melhorando a questão tributáriamos, podemos ter melhor desempenho da esconomia e mais arrecadação. Menos burocracia, acreditamos, é também mais eficiência dentro do sistema tributário”, aponta o coordenador nacional do Feirão do Imposto pela Conaje.

Os produtos com maior taxação no Brasil
Produto
imposto
Vodca
82%
Casaco de pele vison
82%
Cachaça
82%
Cigarro
80%
Perfume importado
78%
Caipirinha
77%
Arma de fogo (revólver)
72%
Videogames
72%
Playstation
72%
Perfume nacional
69%
Moto (acima de 250 cc)
65%
Vermute
62%
Quentão
62%
Mesa de bilhar (sinuca)
62%
Isqueiro descartável
62%
Fogos de artifício
62%
Chope
62%
Charuto/cigarrilha
62%
Cachimbo
61%
Whisky
61%
Espumante
60%