terça-feira, 31 de março de 2020

França tem recorde de mortos por coronavírus em um único dia

Paciente infectado pelo coronavírus sendo carregado em Nancy, na França

A França registrou nesta terça-feira (31) o maior aumento diário de mortes por conta do novo coronavírus (Sars-CoV-2). Segundo o diretor-geral de Saúde do país, Jerome Salomon, 499 pessoas morreram nas últimas 24 horas, elevando para 3.523 o número de vítimas.

Ainda segundo as autoridades de saúde do país, a quantidade total de pessoas infectadas atingiu 52.128.

Destes, 22.757 estão hospitalizados e 5.565 estão em unidades de terapia intensiva, 558 a mais do que nas últimas 24 horas.

Já entre os curados da doença, Salomon informou que 9.044 indivíduos receberam alta dos hospitais franceses.

No número de casos confirmados da Covid-19, a França está somente atrás dos Estados Unidos, Itália, Espanha, China e Alemanha.

'Saudável', italiano de 19 anos morre de covid-19 em Londres

Luca Di Nicola era saudável e morreu uma semana após apresentar os primeiros sintomas

O jovem italiano Luca Di Nicola, 19 anos, que morreu em Londres no dia 24 de março, testou positivo para o novo coronavírus (Sars-CoV-2), informou a família nesta terça-feira (31). Com isso, ele se tornou o italiano mais novo a falecer da doença e entra para as estatísticas como mais um caso em que a vítima era saudável e sem comorbidades.

A história de Nicola chocou a pequena cidade de Nereto, na província de Teramo, na região de Abruzzo, de onde a família era originária. Ele morava na periferia de Londres com a mãe Clarissa e o companheiro dela, Vincenzo, e trabalhava como cozinheiro na capital britânica.

De acordo com uma entrevista da tia dele, Giada, ao jornal La Repubblica, o rapaz começou a sentir os sintomas da doença - tosse e febre - uma semana antes de falecer, assim como a mãe e o padrasto. "Parecia gripe e o médico em Londres receitou paracetamol para ele. Mas, a situação de Luca se agravou no dia 23 de março. O médico, então, o visitou em casa e disse que ele era jovem, forte e que não devia se preocupar com aquela gripe feia", disse Giada ao jornal.

No entanto, a situação piorou no dia 24, quando o italiano começou a apresentar dores fortes no peito. Clarissa, então, percebeu os lábios em cor arroxeada e, logo depois, viu seu filho desmaiar.

"Chamaram a ambulância, o reanimaram, mas os pulmões estavam colapsados, cheios de água e sangue. Aí, o entubaram e logo o colocaram na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital North Middlesex de Londres. Mas, depois de meia hora, por volta das sete horas da noite, Luca morreu. Sem ter feito nenhum teste antes", relatou Giada.

As mortes de jovens por Covid-19 são raras, mas tem suscitado diversas questões entre especialistas e pesquisadores. A Itália já havia registrado a morte de outro jovem saudável, de 34 anos, e casos assim também foram vistos na França e no Reino Unido.

A grande maioria das vítimas do coronavírus são idosos com mais de 60 anos ou pessoas que já tem comorbidades - como hipertensão, diabetes ou doenças imunodeficientes.

Imprensa deixa entrevista com Bolsonaro após xingamentos

Presidente Jair Bolsonaro ao deixar o Palácio da Alvorada em Brasília
30/03/2020 REUTERS/Ueslei Marcelino

Os jornalistas que acompanhavam a fala do presidente Jair Bolsonaro na saída do Palácio da Alvorada nesta terça-feira deixaram o local da entrevista após o presidente mais uma vez estimular apoiadores para que hostilizassem e xingassem os repórteres.

Depois de uma pergunta sobre a postura do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que tem dado orientações contrárias às de Bolsonaro durante a crise do coronavírus, um dos apoiadores começou a gritar que a imprensa "colocava o povo contra o presidente". Bolsonaro reagiu incentivando o apoiador a falar e mandando que os jornalistas ficassem quietos.

Com isso, os apoiadores começaram a xingar os jornalistas, que se retiraram do local e ficaram ao fundo. O presidente ficou inicialmente surpreso com a reação dos repórteres, mas logo aproveitou para ironizá-los.

"Mas vão abandonar o povo? Nunca vi isso, a imprensa que não gosta do povo", gritou Bolsonaro aos repórteres que se mantinham afastados.

Em seguida, enquanto continuava a conversar com caminhoneiros que se reuniram na porta do Alvorada, Bolsonaro continuou falando aos jornalistas.

Cardeal próximo do Papa Francisco é diagnosticado com coronavírus

Cardeal próximo do Papa Francisco é diagnosticado com coronavírus

Angelo De Donatis, de 66 anos, cardeal-vigário da diocese de Roma, testou positivo para o novo coronavírus. É o primeiro caso de infecção de um cardeal próximo do Papa Francisco.
Ele foi hospitalizado com febre no hospital Gemelli, na capital italiana, de acordo com um comunicado oficial. Ele se encontra estável e está sob tratamento.
O cardel-vigário divulgou nota solidarizando-se com o “sofrimento” dos doentes. “Também vivo esta provação, estou sereno e confiante”, diz ele.
Os colaboradores mais próximos de Donatis foram colocados em isolamento. Ele esteve com o Papa nas últimas semanas, mas não pessoalmente, para participar na decisão de fechar todas as igrejas de Roma.
O cardeal que gere o dia a dia da igreja é a sexta pessoa a ser testada positivamente para o novo coronavírus na Cidade do Vaticano.
Entre os infetados está também um funcionário da Secretaria de Estado, residente na casa de Santa Marta, onde vive o Papa Francisco, que já se submeteu ao teste por duas vezes, mas deu negativo.

Policiais resgatam contrabandista foragido em pilar na Ponte Ayrton Senna

Foto: PRF/PR

Na manhã de segunda (30), a Polícia Rodoviária Federal (PRF), em uma operação conjunta com a Receita Federal (RFB), conseguiu prender uma integrantes de uma quadrilha de contrabandistas na ponte Ayrton Senna, em Guaíra. Três dos seis carros apreendidos, estavam abandonados em cima da ponte, levando a suspeita de que, pelo menos três contrabandistas teriam pulado da ponte para fugir nadando pelo rio Paraná.

Logo após a prisão da quadrilha, dos cigarros e dos carros, a PRF e a RFB acionaram o Núcleo Especial de Polícia Marítima (Nepom) da PF em Guaíra, para auxiliarem nas buscas por contrabandistas pelo rio. Por volta das 9 horas, chegou ao conhecimento da equipe de que poderia haver uma pessoa escondida em um dos pilares da ponte. Pelo local, com o auxílio de um jetski e uma embarcação, os agentes da PF localizaram um homem, que estava realmente no pilar da ponte.

Os policiais iniciaram os procedimentos para o resgate e, por questões de segurança e pelo fato de o homem não saber nadar, uma equipe se deslocou para cima da ponte, lançando um colete salva-vidas pra ele. Ainda, os policiais demonstraram como ele deveria pular sem lesões, haja vista a altura da ponte.

Assim que ele pulou da ponte, foi prontamente resgatado e, imediatamente, detido.

Diante dos fatos, ele foi conduzido até a Polícia Federal em Guaíra, onde integrou o rol de pessoas detidas pelos cerca de 50 mil carteiras de cigarros contrabandeados.

Número de novos casos de coronavírus no Brasil cai pelo terceiro dia seguido



O número de novos casos de covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, caiu pelo terceiro dia consecutivo no Brasil. As informações são do Painel Coronavírus do Ministério da Saúde. Até o momento, o País registra 159 mortes por covid-19 e 4.579 casos da doença confirmados em laboratório.
Na sexta-feira (27), foram confirmados 502 novos casos, no dia seguinte, sábado (28), caiu para 487, enquanto que no domingo (29), ficou em 353. Hoje, foi ainda menor: 323 novos infectados com o vírus — menor taxa em cinco dias.
Vale ressaltar, no entanto, que ainda não é possível afirmar que os índices vão continuar caindo nos próximos dias. O próprio ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, já disse em entrevista coletiva que a expectavia é que o país passará por meses seguidos de aumento de casos.
“Nós estamos imaginando que vamos trabalhar com números ascendentes abril, maio e junho. Vamos passar de 60 a 90 dias de muito estresse, para que quando chegarmos em julho, a gente imagina que entre em um platô, agosto, setembro a gente deve estar voltando…”, afirmou.
A taxa de letalidade da covid-19 no país, com base nos casos registrados até o momento, é de 3,5%, inferior à média global, que está em torno de 4,5%. No estado de São Paulo, no entanto, é de 7,4%.
de 3,5%, inferior à média global, que está em torno de 4,5%. No estado de São Paulo, no entanto, é de 7,4%.
R7

Depois do Twitter, Facebook e Instagram também apagam post de Bolsonaro



Bolsonaro diz que vale para trabalhador informal será de R$ 600 ...

Após o Twitter, o Facebook também decidiu, nesta segunda-feira (30), apagar publicação do presidente Jair Bolsonaro de suas plataformas, por entender que ela cria “desinformação” que pode “causar danos reais às pessoas”.
A postagem é de um dos vídeos do passeio que o presidente fez no Distrito Federal neste domingo (29), criando aglomeração e contrariando seu próprio ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que recomendou que as pessoas ficassem em casa como medida de enfrentamento ao novo coronavírus.
O vídeo também foi apagado do Instagram, rede social que pertence ao Facebook. “Removemos conteúdo no Facebook e Instagram que viole nossos Padrões da Comunidade, que não permitem desinformação que possa causar danos reais às pessoas”, diz a empresa em nota.
Neste domingo, duas postagens feitas por Jair Bolsonaro foram apagadas do Twitter. A empresa considerou que as postagens violavam as regras de uso ao potencialmente colocar as pessoas em maior risco de transmitir o novo coronavírus.
Foi a primeira vez que a rede social apagou postagens do presidente do Brasil. A companhia também apagou um post do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro.
A publicação de Maduro indicava uma receita caseira de uma bebida que poderia ser útil para curar a doença.
FOLHAPRESS

Justiça decreta sigilo absoluto no processo sobre delegado que matou a mulher e a enteada



A Juíza Marcia Margarete do Rocio Borges, do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Curitiba, decretou sigilo absoluto de movimentação no processo que investiga a morte da escrivã de polícia, Maritza Guimarães de Souza e sua filha Ana Carolina. 
A Justiça atende um pedido da defesa do Delegado Erik Bussetti, que, segundo os advogado Cláudio Dalledone, quer manter o bem estar emocional e social da filha mais nova do casal, que hoje com 9 anos de idade, perdeu a mãe, a irmã e o pai de uma só vez. “Diante desta grande tragédia, ao que nos cabe, com todo respeito, empatia e humanidade, é trabalhar ao lado da Justiça para esclarecer tudo isso e trazer algum aprendizado a sociedade, em especial as autoridades. Protegeremos, acima de tudo, a memória das vítimas, o amplo direito de defesa do réu e, principalmente, o bem estar emocional de uma criança que muito perdeu, para não dizer que praticamente tudo se foi”, diz o advogado Cláudio Dalledone.

Mercedes cria respirador para pacientes com coronavírus em menos de uma semana



A Mercedes, atual hexacampeã do mundial de construtores da Fórmula 1, desenvolveu em menos de uma semana um respirador para ser usado por pacientes com o novo coronavírus (Sars-CoV-2). O aparelho, que foi desenvolvido em conjunto com a Universidade College de Londres, já foi aprovado pelo Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido e deverá ser usado no país. O instrumento foi chamado de Continuous Positive Airway Pressure e o aparelho auxiliará pacientes com graves problemas respiratórios.
“A comunidade da Fórmula 1 mostrou uma resposta impressionante ao pedido de apoio, reunindo-se no coletivo ‘Project Pitlane’ para apoiar a necessidade nacional neste momento em vários projetos diferentes”, disse Andy Cowell, chefe de alta performance da Mercedes.
Com a aprovação da NHS, é esperado que cerca de 1000 aparelhos respiratórios possam ser construídos por dia. O projeto vem sendo chamado de “Project Pitlane”.
O Reino Unido contabiliza 19.788 casos confirmados de coronavírus e 1.231 mortes. Os dados são da Universidade Johns Hopkins.
Época Negócios

Senado aprova distribuição de alimentos da merenda escolar entre famílias de alunos durante a pandemia



O Senado aprovou nesta segunda-feira (30), em sessão virtual, um projeto que autoriza o envio direto das merendas escolas a pais de alunos matriculados em escolas públicas de educação básica. O projeto prevê que a medida terá caráter excepcional, em situações de emergência ou calamidade pública. O objetivo da proposta é assegurar que estudantes recebam a alimentação no período de suspensão das aulas em razão da pandemia do novo coronavírus.
O texto foi aprovado na Câmara dos Deputados na semana passada e seguirá para sanção do presidente Jair Bolsonaro. De acordo com defensores da proposta, o projeto, além de assegurar a merenda aos estudantes, evitará que os alimentos já adquiridos pelas redes escolares percam a validade sem serem consumidos.
A proposta tem origem em sugestões apresentadas pelos deputados Hildo Rocha (MDB-MA) e Dorinha Seabra (DEM-TO) e modifica uma lei de 2009 que trata, entre outros pontos, da alimentação escolar.
Apesar de ter sido apresentado em meio à pandemia da Covid-19, o projeto valerá para outras situações de emergência ou calamidade pública que eventualmente ocorram no país. Segundo o texto, a distribuição das merendas escolares será acompanhada pelo Conselho de Alimentação Escolar (CAE).
“Parece de todo recomendável, que, tendo havido a distribuição de recursos financeiros aos entes federados, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), e, com esses recursos, adquiridos gêneros alimentícios, sejam esses gêneros distribuídos diretamente aos pais ou responsáveis dos estudantes, em caráter excepcional, enquanto perdurar o recesso escolar”, afirma Dorinha Seabra na justificativa de sua proposta.
A parlamentar diz também que a suspensão das aulas tem impedido o acesso de alunos mais pobres à alimentação escolar. “Para uma imensa parcela do alunado brasileiro, a merenda escolar é essencial para sua subsistência”, conclui Dorinha.
G1

Trump agora diz que só queria tranquilizar os EUA



Depois de mudar sua atitude em relação às medidas de prevenção contra o novo coronavírus, Donald Trump disse nesta segunda-feira que suas declarações anteriores visavam apenas tranquilizar os EUA.
Em entrevista coletiva, o presidente foi questionado por Jim Acosta, da CNN, que lembrou suas declarações de que o vírus “simplesmente desapareceria”.
“Não é verdade que isso vai desaparecer?”, retrucou Trump, que argumentou em seguida: “”Eu quero que eles [os americanos] fiquem calmos, e estamos fazendo um ótimo trabalho”.
O presidente dos EUA também voltou a pedir às pessoas que continuem a seguir as medidas de distanciamento social até abril e disse que mais de 1 milhão de americanos já fizeram testes para a Covid-19.
Como publicamos mais cedo, os EUA já têm mais de 153 mil casos de coronavírus, com pelo menos 2.500 mortes.
O Antagonista

Com isolamento para enfrentar coronavírus, PIB cairá ao menos 0,4%, diz Ipea



O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) avalia que as medidas de isolamento social para enfrentar o coronavírus levarão o PIB brasileiro a uma queda de 0,4% a 1,8%, dependendo da duração das restrições à mobilidade das pessoas.
O cenário mais brando considera que o isolamento durará um mês. Já o mais forte, três meses. Um cenário intermediário, de dois meses, levaria a economia a recuar 0,9% em 2020. Os dados são parte do documento Carta de Conjuntura, divulgado nesta segunda (30).
Em entrevista nesta segunda, o ministro da saúde, Henrique Mandetta, defendeu a manutenção das medidas de isolamento, alvo de críticas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No domingo (29), em nova ação para questionar as medidas, Bolsonaro fez um passeio por ruas e lojas do Distrito Federal.
No documento divulgado nesta segunda, o Ipea reconhece que é difícil fazer projeções macroeconômicas, “dado o ineditismo do choque sobre a economia mundial”. Economistas consultados pelo Banco Central para o boletim Focus, reduziram suas projeções de crescimento de 1,48% para recuo de 0,48%.
Os autores da carta do Ipea dizem que, em todos os três cenários analisados, consideraram a hipótese de rápida recuperação parcial da economia no terceiro trimestre, que depende do sucesso das medidas mitigadoras que estão sendo adotadas no país.
“A economia brasileira enfrenta a crise num momento em que se observava uma retomada gradual do crescimento depois de um bimestre negativo no final de 2019”, diz o documento assinado pelo diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do instituto, José Ronaldo de Souza Júnior, por Paulo Mansur Levy, Francisco Eduardo de Santos e Leonardo Mello de Carvalho.
Para eles, um complicador inicial é que a posição de partida para o enfrentamento da crise é delicada, com déficit primário elevado e relação dívida/PIB alta. Por isso, dizem calibrar os necessários instrumentos de resposta é importante para evitar que a deterioração das contas públicas se torne um obstáculo à recuperação.
Em dezembro de 2019, o Ipea projetou crescimento de 2,3% para o PIB de 2020, valor revisto para 2,1% depois do resultado mais fraco do quarto trimestre – em 2019, a economia cresceu 1,1% com sinais de desaceleração do investimento e da indústria no fim do ano.
O estudo considera impactos internacionais, como choque das commodities e efeitos na balança comercial e no risco-país, e os impactos nacionais na redução da atividade econômica. Responsável por cerca de 60% do PIB, o setor de serviços, por exemplo, sofre os maiores efeitos.
O comércio, onde estão 18,29% dos trabalhadores ocupados, também sofrerá fortes perdas, assim como setores industriais, como bens de consumo duráveis, têxteis, confecções e calçados.
Já a agricultura, que ajudou a manter o PIB em anos recentes, deve perder pouco com a crise e deve crescer 3,8% no ano. As indústrias extrativas, apesar dos choques de commodities, devem crescer 2,5% – o setor sofreu em 2019 com a suspensão de atividades de minério de ferro após a tragédia de Brumadinho (MG).
“A dúvida aqui é a velocidade da recuperação, que depende do tempo de isolamento: quanto maior a duração, tudo mais constante, maior seria a dificuldade de a economia se recuperar”, diz o texto, ressaltando que não faz juízo de valor sobre a necessidade das medidas.
Para 2021, o crescimento projetado situa-se entre 2,7% e 3,1%, dependendo do tempo de duração do isolamento.
O Ipea reviu também suas projeções de inflação, que caíram de 3,3% para 2,9% em 2020, com desaceleração em todos os segmentos projetados.
FolhaPress

segunda-feira, 30 de março de 2020

Brasil tem dia com mais mortes e casos saltam para 4,5 mil



O Ministério da Saúde anunciou, nesta segunda-feira, que o Brasil teve o dia com mais registros de mortes pelo novo coronavírus desde o início da pandemia em território nacional. O balanço divulgado mostra 23 mortes nas últimas 24 horas, chegando ao número de 159 óbitos no total - antes, o recorde diário era de 22 mortes, o que ocorreu tanto no sábado, como no domingo.

Em 24 horas, foram 323 novos casos confirmados, somando agora 4.579. A região Sudeste segue concentrando o maior número de casos confirmados, com 2.507 - ou 55% do total no País. O Nordeste tem 17%, com 790 casos, seguido por Sul (13% - 593 casos), Centro-Oeste (9% - 435 casos) e Nordeste (6% - 254 casos).

Segundo o ministério, esta é a terceira queda consecutiva no balanço diário de novos casos confirmados. No domingo, 353 novos casos haviam sido detectados, ante 487 no sábado e 502 na sexta-feira.

São Paulo segue como o Estado com maior número de casos da doença no Brasil, 1.517, avanço de 4,5% em relação ao dia anterior. O Estado possui ainda 113 mortes provocadas pelo Covid-19. Na sequência, vem o Rio de Janeiro, com 657 casos e 18 óbitos. Segundo o Ministério da Saúde, 14 Estados e o Distrito Federal já contabilizaram mortes por causa da doença.

Bolsonaro diz que Moro é egoísta e não ajuda durante a crise

Presidente Jair Bolsonaro e ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro
18/12/2019
REUTERS/Adriano Machado

O presidente Jair Bolsonaro está irritado com a postura do ministro da Justiça, Sérgio Moro, na crise do coronavírus. No final de semana, o presidente reclamou a interlocutores que Moro é "egoísta" e não está atuando para defender as suas posições no enfrentamento às medidas restritivas dos Estados e municípios como controle da covid-19. Bolsonaro, segundo o Estado apurou, reclama de estar desassistido juridicamente.

A irritação do presidente já é sintetizada em uma montagem que circula em grupos de WhatsApp bolsonaristas e mostra o ministro da Justiça em três versões. Na primeira foto, Moro está com uma máscara na boca. Na segunda, a proteção cobre os olhos. Na terceira, duas máscaras tapam os ouvidos.

No final de semana, em conversa com interlocutores, Bolsonaro reclamou da postura do ex-juiz da Operação Lava Jato, dizendo que o ministro "só pensa nele" e "não está fazendo nada" para ajudar o governo na batalha que o presidente trava com os governadores.

Nas redes sociais, Moro tem se isentado de abraçar o discurso de Bolsonaro, que defende que as pessoas fora do grupo de risco voltem ao trabalho. Nesta segunda-feira, o ministro da Justiça, que já sofre pressão nos bastidores, deu seu recado no Twitter: "Prudência no momento é fundamental".

Voluntários entregam marmitas a caminhoneiros, em Mandaguari

Voluntários de motoclube entregaram marmitas a caminhoneiros, em Mandaguari — Foto: Juliane Guzzoni/RPC Maringá

Um grupo de voluntários entregou dezenas de marmitas a caminhoneiros na BR-376, em Mandaguari, no norte do Paraná, neste domingo (29).

A arrecadação e distribuição das marmitas foi feita por integrantes de um motoclube.

O objetivo do grupo foi ajudar motoristas de caminhão que não têm onde parar para almoçar ou jantar.

Por conta das recomendações de isolamento para evitar a transmissão do coronavírus, vários estabelecimentos comerciais à beira da estrada estão fechados.

De acordo com o boletim divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) no sábado (28), o Paraná tinha 137 casos confirmados da Covid-19. Duas mortes foram registradas pela doença no estado - ambas em Maringá.

Foram entregues cerca de 50 marmitas. A distribuição aconteceu no posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Mandaguari.

"A gente está vendo a dificuldade que os motoristas estão tendo pra almoçar. Está tudo fechado pra eles. Fizemos um batalhão pra fazer as marmitas e saímos distribuindo", afirmou o voluntário Rodrigo Pereira de Oliveira.

Segundo o caminhoneiro de Guarapuava Joel Cândido da Silva, que passou pelo local, a marmita "salvou" o dia dele.

"A gente não tem lugar para parar. Está tudo fechado. Corre o risco de ficar sem almoço, sem jantar. Pra mim foi uma surpresa boa. Eu estava precisando. Eu tinha parado antes, mas estava fechado", afirmou.

Senado vota hoje o auxílio de R$ 600 mensais


Pauta do Plenário tem propostas do Pacto Federativo — Senado Notícias

O Senado vota nesta segunda-feira (30) projeto que prevê a concessão de um auxílio emergencial de R$ 600 a trabalhadores informais durante a epidemia do coronavírus. A votação é o passo que falta para que o projeto possa ser sancionado e comece a valer.
Só então é que o dinheiro começará a ser liberado às famílias brasileiras. O benefício será repassado por três meses e será pago em dobro para mulheres chefes de família. A criação do benefício foi aprovada na quinta pela Câmara dos Deputados. Além do auxílio emergencial, também será paga uma antecipação de R$ 600 a pessoas com deficiência que ainda aguardam na fila de espera do INSS até a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Funerárias do Paraná estão prontas para possível aumento da demanda

Velórios mantêm o rito e o respeito, mas com cuidados específicos por causa da pandemia

Desde o início do ano, quando o novo coronavírus que provoca a Covid-19 cresceu de forma alarmante na China e começou a se esboçar uma pandemia, empresas do setor funerário do Paraná começaram a se mobilizar para o momento de crise, que agora atinge o território brasileiro. Preocupadas com o possível aumento da demanda e com o risco de contaminação, as funerárias e os cemitérios elaboraram um protocolo de procedimentos, que já está valendo no estado.
A diretora da Funerária Vaticano, Mylena Cooper, e a gerente administrativa da Funerária Jardim da Saudade, Fabiana Miranda explicam que esse protocolo segue recomendações dos órgãos sindicais e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Tratam-se, ao menos por ora, de instruções normativas, e não impositivas, que versam sobre como proceder nos velórios, preparação de corpos e cremações, por exemplo. Outra medida importante, cita ainda Miranda, é o reforço na utilização, pelos funcionários, de equipamentos de proteção individual (EPIs), como macacão, máscara, luvas e óculos.
“A principal recomendação é que o tempo de velório e o número de pessoas que participam sejam reduzidos. Os velórios, que antes viravam a madrugada, agora duram no máximo duas, três horas. Além de mais curto, também colocamos uma limitação de no máximo 10 pessoas na sala de despedidas, podendo revezar. Aos grupos de risco, a recomendação é que não compareçam. Caso seja alguém muito próximo do falecido, pedimos para que seja definido um horário específico para visitação”, explica Cooper.
“Algumas pessoas entendem e aceitam essas questões novas que estão chegando, mas ainda temos uma certa dificuldade em fazer com que as famílias entendam que os velórios têm de ser resumidos. É também uma questão cultural, um momento muito importante para as pessoas”, comenta a gerente do Jardim da Saudade.
Para além das novidades protocolares, o setor também já se mobilizou e garante estar pronto para um possível aumento da demanda por serviços. Miranda, por exemplo, relata que desde o início do ano, acompanhando o que ocorria em outros países, o Jardim da Saudade começou a oferecer treinamentos para sua equipe.
“Já era previsto que teria essa situação e nos preparamos. Temos equipes prontas para atender. Na área de atendimento e operação, outras pessoas que não atendem a área de frente, mas já têm conhecimento, estão sendo treinadas para que, caso essa demanda aumente, consigamos suprir. Estamos trabalhando com treinamentos internos”, explica ela.
Já a diretora da Vaticano comenta que o setor funerário brasileiro, em especial o do Paraná, é reconhecido nacional e até mesmo internacionalmente por sua qualidade e número superior de empresas em relação a outras unidades da federação, o que dá maior tranquilidade. “Esperamos que não aconteça o que houve na Itália, mas frente a um colapso (na saúde pública), o setor no Brasil é muito organizado e trabalha de forma colaborativa. Todas as empresas se ajudam nesse momento em prol da sociedade.”
Recomendações em caso de morte por Covid-19
Fabiana Miranda, gerente administrativo do Jardim da Saudade há 14 anos, reconta que há recomendações sendo seguidas para casos de morte não apenas por Covid-19, mas para qualquer óbito relacionado à síndromes respiratórias.
“Em casos de morte confirmada por Covid, não indicam procedimento de tanopraxia. Sai direto do hospital, é feita uma preparação mínima e vai direto para sepultamento, também não se indica velório. Caso a família insista, queira o velório, deve durar no máximo uma hora e com urna lacrada”, explica Miranda. “O caixão ficar fechado é a parte mais triste da despedida para esse tipo de óbito”, opina Mylena Cooper, diretora da funerária Vaticano.
No caso de pessoas que não falecem necessariamente por conta do novo coronavírus, mas que tiveram como causa de morte doençlas do trato respiratório, a recomendação também é que o velório seja feito com urnas lacradas, até porque, em muitos casos, é necessária a confirmação dos exames para saber se a pessoa tinha ou não o vírus, e os resultados podem demorar a sair.
“No crematório, nos casos também com suspeita de Covid, doenças do trato respiratório, os corpos seguem direto para cremação. Normalmente fazemos cerimônia de despedida, mas foram suspensas para evitar aglomerações”, diz Miranda.

Governo do Paraná reúne prefeitos para harmonizar medidas contra a Covid19



O governador Carlos Massa Ratinho Junior realizou reuniões por videoconferência neste sábado (28) e domingo (29) com 20 prefeitos das maiores cidades paranaenses. O objetivo foi reforçar a necessidade de aplicação das medidas que foram adotadas no Estado para a prevenção ao novo coronavírus, além de trocar experiências e alinhar as ações conjuntas de enfrentamento à Covid-19 no Paraná.
Ratinho Junior detalhou as iniciativas já tomadas pelo governo estadual, em especial nas áreas da saúde, ação social e economia, para preservar vidas e empregos. São R$ 300 milhões para atender a população mais necessitada e R$ 1 bilhão para apoiar empreendedores e empresas de todos os portes.
“É preciso haver uma sincronia e troca de experiências neste momento em que enfrentamos um vírus perigoso, que implica na saúde das pessoas e na economia do Estado e do país. A orientação harmonizada previne erros e ajuda a realizar a nossa principal missão, que é salvar vidas neste momento”, disse Ratinho Junior.
Outro tema debatido foi a questão do abastecimento e distribuição de alimentos para famílias em situação de vulnerabilidade, que devem ser atendidas em conjunto pelo Estado e município. Ratinho Junior solicitou aos prefeitos que mantenham o transporte público, que é fundamental para que setores econômicos autorizados sigam o ritmo de trabalho.
O governador reafirmou que é preciso respeitar a recomendação de funcionamento apenas de atividades essenciais e seguir a orientação das autoridades brasileiras e internacionais de saúde, que indicam a necessidade de isolamento social para conter a proliferação do vírus. “São medidas para evitar uma ação mais aguda, que é a quarentena”, afirmou Ratinho Junior.
SAÚDE – O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, participou das videoconferências e mostrou como está a estrutura de atendimento médico-hospitalar no Paraná. Ele fez um balanço do número de leitos disponíveis para serem usados em caso de necessidade e também falou sobre a distribuição de materiais para as equipes médicas.
“Imediatamente, está sendo ampliado em 25% a capacidade de leitos de UTI para adultos”, pontuou o secretário. Ele  destacou ainda aos prefeitos que leitos novos estão sendo distribuídos para as macrorregiões e o governo estadual está firmando parcerias com hospitais filantrópicos e particulares para o aumentar a oferta, se houver necessidade de ampliar o atendimento de pacientes com a Covid-19
ALINHAMENTO – O chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Guto Silva, pediu a todos os prefeitos que mantenham atualizados os Planos de Contingência municipais. “Isso vai facilitar a atuação dos órgãos estaduais, em especial a Defesa Civil, no enfrentamento de uma crise”, disse.
O secretário de Segurança Pública, Rômulo Marinho Soares, detalhou a operação policial e as medidas adotadas pela área dentro de cadeias e presídios, enquanto o secretário da Agricultura de Abastecimento, Norberto Ortigara, detalhou o planejamento para que nenhuma pessoa sofra com falta de alimentos no Estado.
Além da retaguarda de saúde e manutenção da atividade econômica, as principais demandas dos prefeitos foram com relação à manutenção das receitas municipais, para fazer frente ao enfrentamento do novo coronavírus. Foram encaminhadas solicitações como a antecipação de receitas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e prorrogação do pagamento de precatórios.
O secretário do Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas, João Carlos Ortega, pediu a manutenção dos projetos realizados pelas prefeituras com recursos do Estado, ressaltando que haverá a postergação por seis meses de parcelas de financiamentos tomados junto ao governo.
PARTICIPAÇÃO – As videoconferências tiveram as presenças dos prefeitos os prefeitos Rafael Greca (Curitiba); Ulisses Maia(Maringá); Marcelo Rangel (Ponta Grossa); Leonaldo Paranhos (Cascavel); Marcelo Belinati (Londrina); Cesar Silvestri Filho (Guarapuava); Chico Brasileiro (Foz do Iguaçu); Junior da Femac (Apucarana);  Antonio Fenelon (São José dos Pinhais);  Gerson Colodel (Almirante Tamandaré); Marcelo Roque (Paranaguá); Marli Paulino (Pinhais); Beti Pavin (Colombo); Lucio de Marchi (Toledo); Celso Pozzobom (Umuarama); Márcio Wosniack (Fazenda Rio Grande); Marcelo Puppi (Campo Largo); Marcus Tesserolli (Piraquara); do vice-prefeito de Cambé, Conrado Scheller.
Também participaram das reuniões os secretários da Comunicação Social e da Cultura, João Debiasi; do Desenvolvimento Sustentável e Obras Públicas, Márcio Nunes; do Planejamento e Projetos Estruturantes, Valdemar Bernardo Jorge; o diretor-geral da Secretaria da Saúde, Nestor Werner Junior; o diretor-presidente da Comec, Gilson Santos; o comandante da Defesa Civil do Paraná, coronel Fernando Schunig; e o diretor-presidente da APD, Eduardo Bekin.

Bolsonaro planeja decreto para autorizar atividades de autônomos



O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que pensa em editar um decreto tornando essencial toda atividade que sirva como meio de subsistência. Após retornar de um passeio por Ceilândia e Taguatinga neste domingo(29/03), ele afirmou que passou a pensar no assunto após conversar com os comerciantes e ambulantes.
“Tive a ideia agora e eu estou pensando em fazer um decreto desse, pra ver se cabe. Eu acho que é justo. Se o cara que corta grama não cortar grama, ele não vai ter dinheiro pra comprar arroz, feijão, leite pras crianças. Ele vai cortar grama, pô. Vai deixar a molecada morrer de fome?”, questionou.
Atualmente, apenas algumas modalidades de comércio estão autorizadas a funcionar, como supermercados, açougues, farmácias, padarias e veículos de comunicação. “Essencial é tudo aquilo que sirva para o homem e a mulher levar o leite para as crianças em casa. Levar o arroz e o feijão pra dentro de casa. Se não conseguir fazer isso, ele vai ter problema seríssimo de fome, subnutrição, inanição, talvez até morte”, destacou.
Metrópoles

Brasil tem 136 mortes por Covid-19; número de casos chega a 4.256



O número de mortes pelo novo coronavírus no Brasil subiu para 136 neste domingo (29), informou o Ministério da Saúde. Até sábado (27), eram 114 óbitos. O país registra, também, 4.256 pessoas infectadas com o Covid-19.
A taxa de mortalidade do coronavírus no Brasil é de 3,2%. O levantamento aponta que cerca de 90% dos casos de mortes são de pessoas acima de 60 anos. Em 84% das mortes, pacientes apresentaram ao menos um fator de risco – o mais comum, segundo o ministério, é de cardiopatia, seguida de diabetes e pneumopatia.
R7

Em Belém, manifestantes pró-Bolsonaro são detidos pela polícia por fazerem carreatas



Um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro foi parar em uma delegacia da Polícia Civil em Belém, neste domingo (29), por desobedecer o isolamento social recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para conter a disseminação da covid-19.
Ao menos oito pessoas que realizaram uma carreata estão detidas para averiguação, por desobedecerem normas sanitárias do decreto do governador do Pará, Helder Barbalho, que proibiu aglomerações no estado.
O grupo circulava pelas ruas de Belém em sete veículos e defendia a volta das pessoas às ruas, reproduzindo o dirscurso de Bolsonaro.
O carro que liderava a carretada deve R$ 22 mil de licenciamento ao estado. Quando o valor for pago, o dinheiro será usado para comprar equipamentos como máscaras e luvas para o combate ao coronavírus.
Bela Megale – O Globo

Mandetta a Bolsonaro: ‘Estamos preparados para ver caminhões do Exército transportando corpos?’. Ministro também criticou as carreatas

Travamento absoluto do país é péssimo para a saúde, afirma ...

Ao frisar que a pandemia de coronavírus não é uma “gripezinha”, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, apresentou cenários possíveis para a doença no Brasil e advertiu o presidente Jair Bolsonaro e outros ministros durante reunião tensa neste sábado, 28, que, se morrerem mil pessoas, será o correspondente à queda de quatro Boeings. Depois, perguntou: “Estamos preparados para o pior cenário, com caminhões do Exército transportando corpos pelas ruas? Com transmissão ao vivo pela internet?”
Conforme o Estado apurou, Mandetta fez um apelo para o presidente criar “um ambiente favorável” para um pacto entre União, Estados, municípios e setor privado para todos agirem em conjunto, unificar as regras e medidas e seguir sempre critérios científicos. Sugeriu, inclusive, a criação de uma central de equipamentos e pessoal, para possibilitar o remanejamento de leitos, respiradores e até médicos e enfermeiros de um Estado a outro, rapidamente, dependendo da demanda.
O ministro também pediu ao presidente para não menosprezar a gravidade da situação nas suas manifestações públicas e, por exemplo, não insistir em ir a um metrô ou um ônibus em São Paulo, como chegou a aventar em entrevista coletiva. Mandetta deixou claro que, se o presidente fizesse isso, seria obrigado a criticá-lo. E Bolsonaro rebateu que, nesse caso, iria demiti-lo.
Ainda conforme fontes informaram ao Estado, Mandetta também disse que ele e sua equipe não vão pedir demissão no meio da crise, mas estão prontos a sair depois dela se for o caso. Ele, inclusive, se colocou à disposição para assumir a função de “bode expiatório”, em caso de fracasso, e se comprometeu a não capitalizar politicamente, em caso de sucesso. Disse que não tem ambições políticas nem reivindica nenhuma posição de destaque.
Apesar desses momentos mais tensos, ministros presentes consideraram que o resultado foi bom e que a reunião serviu como um “freio de arrumação”, até porque, de outro lado, todos, inclusive o próprio Mandetta, concordaram com a preocupação de Bolsonaro em preservar ao máximo a economia, o funcionamento dos transportes e da infraestrutura em geral.
CARREATAS
Os que viram a entrevista coletiva de Mandetta com sua equipe, após a reunião com o presidente, o ministro criticou as carreatas pela reabertura do comércio. Os atos foram defendidos por Bolsonaro, que chegou a compartilhar vídeos nas redes sociais. “Fazer movimento assimétrico de efeito manada… Daqui a duas semanas, três semanas, os que falam ‘vamos fazer carreata’, vão ser os mesmos que ficarão em casa. Não é hora”, disse Mandetta.
ESTADÃO CONTEÚDO

Na China, risco de nova onda de infecções por coronavírus persiste, apesar da queda no número de casos



A China relatou 45 novos casos de coronavírus neste sábado, abaixo dos 54 do dia anterior, com todos, exceto um, envolvendo viajantes do exterior, informou a Comissão Nacional de Saúde chinesa. Dados da comissão ainda mostraram que nos últimos sete dias, a China notificou 313 casos importados de coronavírus, mas apenas seis casos confirmados de transmissão doméstica.
A maioria desses casos importados envolveu o retorno de chineses do exterior para casa. As companhias aéreas receberam ordens para cortar drasticamente os vôos internacionais a partir de domingo. E as restrições de entrada de estrangeiros no país entraram em vigor no sábado.
– A transmissão doméstica foi basicamente interrompida – disse Mi Feng, porta-voz da Comissão Nacional de Saúde. — A China já tem um total acumulado de 693 casos vindos do exterior, o que significa que a possibilidade de uma nova rodada de infecções permanece relativamente grande.
Mais cinco pessoas morreram no sábado, todas elas em Wuhan, a cidade industrial central onde a epidemia começou em dezembro. Mas Wuhan, capital da província de Hubei, registrou apenas um novo caso nos últimos 10 dias.
Um total de 3.300 pessoas já morreram na China continental, com mais de 81.400 infecções relatadas.
O sábado marcou o quarto dia consecutivo em que a província de Hubei não registrou novos casos confirmados. O único caso de coronavírus transmitido domesticamente foi registrado na província de Henan, na fronteira com Hubei.
Com as restrições de tráfego na província suspensas, Wuhan também está reabrindo gradualmente as fronteiras e reiniciando alguns serviços de transporte local.
– Está muito melhor agora, havia tanto pânico naquela época. Não havia pessoas na rua. Nada. Como era assustadora a situação de epidemia foi – disse à Reuters um homem de sobrenome Su, que se aventurou a sair de casa para comprar mantimentos em Wuhan.
Retorno à normalidade
Todos os aeroportos de Hubei retomaram parcialmente seus vôos domésticos no domingo, com exceção do aeroporto Tianhe, que abrirá para vôos domésticos em 8 de abril. Os vôos de Hubei a Pequim permanecem suspensos. Um trem chegou a Wuhan no sábado pela primeira vez desde que a cidade foi confinada há dois meses. Saudando o trem, o secretário do Partido Comunista de Hubei, Ying Yong, descreveu Wuhan como “uma cidade cheia de esperança” e disse que o heroísmo e o trabalho duro de seu povo “basicamente interromperam a transmissão” do vírus.
Mais de 60 mil pessoas entraram em Wuhan no sábado, depois que os serviços ferroviários foram oficialmente reiniciados, com mais de 260 trens chegando ou viajando, informou o People’s Daily neste domingo.
O Globo

domingo, 29 de março de 2020

Jovem de 26 anos morre por coronavírus em São Paulo

Hospital San Raffaele, em Milão 27/3/2020 REUTERS/Flavio Lo Scalzo

Um homem de 26 anos morreu na noite deste sábado, 28, em São Paulo por covid-19. De acordo com a assessoria de imprensa do Hospital Santa Cruz, ele estava internado na unidade desde o dia 23 de março com problemas respiratórios.

O Hospital Santa Cruz informou que a vítima procurou o pronto socorro do hospital, na última segunda-feira, com quadro de síndrome respiratória grave. Segundo a nota divulgada pela unidade, o rapaz estava em tratamento para hiperuricemia, quando há presença de altos níveis de ácido úrico no sangue.

"Sua tomografia de tórax revelou padrão compatível com pneumonite viral e, frente a possibilidade de caso suspeito de covid-19, foi isolado e testado para PCR para SARS-CoV-2, com resultado positivo após 24 horas", completa a nota.

Na tarde deste sábado, o Ministério da Saúde havia confirmado 114 mortes por coronavírus no país, sendo 84 somente em São Paulo. Após o balanço, foi registrada a morte de um estudante da USP. Com esses dois novos casos, subiu para 86 o número de óbitos na cidade paulista. No Brasil, são 116 mortes.

Prefeito de São Bernardo é internado na UTI, após piora em quadro de coronavírus

Prefeito Orlando Morando (dir.) em visita a hospital de São Bernardo do Campo — Foto: Gabriel Inamine/Prefeitura de São Bernardo do Campo

O prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), de 45 anos, foi internado neste domingo (29) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Luiz, unidade de São Caetano do Sul, após ter seu quadro respiratório agravado em decorrência do coronavírus.

Segundo a Prefeitura de São Bernardo, município da Grande São Paulo, nesta semana, ele estava em quarentena em casa, mas neste domingo, o médico passou em sua residência e constatou que a oxigenação estava muito baixa. Diante de maior risco, decidiu encaminhá-lo ao hospital para cuidados na UTI, visando sua recuperação.
O resultado positivo foi divulgado por ele em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais, onde Orlando Morando, tossindo muito, comunicou o teste positivo para o coronavírus e mostrou o documento.

"Tomei e vou continuar tomando todas as medidas para proteger a cidade. Fui para linha de frente e infelizmente vou aqui comunicar a vocês que também fui atingido. É triste? É triste, né?! Tá aqui meu exame, que diferente do presidente da República, não tenho medo de mostrar. Infelizmente deu positivo. É muito triste, porque não queria que isso tivesse acontecido, mas estou firme", afirmou Morando.

No aquecimento, general Mourão critica falta de coordenação em ações finais contra coronavírus


Mourão critica falta de coordenação em ações finais contra coronavírus

Já foi dito aqui e alhures que vice é uma carreira próspera no Brasil. Dito isto, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB), entrou em 2020 no aquecimento. Ele concedeu entrevista à Folha e S. Paulo, neste domingo (29), na qual critica a falta de coordenação em ações finais contra a pandemia de coronavírus.

O vice disse que há individualismo no combate ao vírus, fulanização e rotulagem quando o sujeito ou é de direita ou de esquerda. “Nós temos de buscar o meio termo e a igualdade”, pregou o general de 66 anos.

Mourão opinou sobre a falta de coordenação final na luta contra a COVID-19 no contexto da desavença havida entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e os governadores de estados.

O vice-presidente da República defendeu um modelo de isolamento social, de quarentena, que não seja oito nem oitenta.

Sobre o fato de Bolsonaro esconder o resultado do exame para o coronavírus, general Mourão pediu um voto de confiança para o presidente da República. Segundo o vice, seria o pior dos mundos o presidente chegar dizer que deu negativo e depois aparecer que deu positivo.

Acerca do filho do presidente, Carlos Bolsonaro, o Carluxo, ter sentado na mesa com ministros, Mourão minimizou: “sentou, mas não abriu a boca.”

Aliás, foi Hamilton Mourão quem chamou de “Bananinha” a outra cria do presidente, Eduardo Bolsonaro, na crise diplomática com a China. O “Zero Três” havia acusado o país asiático de espalhar o coronavírus com o intuito de dominar o mundo.

Na entrevista à Folha, o vice-presidente da República discorreu ainda sobre as polêmicas declarações de Bolsonaro, tais como a “gripezinha” e ataques à mídia. Mourão saiu pela tangente em todas as respostas, mostrando que já está em pleno aquecimento.

Deputado petista defende taxação de grandes fortunas e de bancos para fortalecer SUS



O deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) afirmou hoje (28) que, apesar da conduta irresponsável do presidente de extrema direita Jair Bolsonaro e de seu desprezo à vida do povo brasileiro demonstrado no enfrentamento à pandemia de coronavírus, é preciso a união de todos para superar a crise. Em artigo, defendeu várias medidas, como a imediata revogação da Emenda Constitucional 95, que congelou investimentos públicas nas áreas sociais, retirando só da Saúde R$ 22 bilhões nos últimos três anos.

Defendeu também uma moratória de 90 dias para as dívidas de valores menores, jogando as prestações lá para o final do contrato; a instituição de um programa de manutenção dos empregos, no qual o governo garanta para todas as empresas enquadradas no Simples o pagamento de um salário mínimo por empregado com a contrapartida de que a empresa não irá demiti-los. “Essas empresas englobam 75% dos empregos de carteira assinada”, disse, lembrando que “precisaremos também de linhas de crédito para as empresas retomarem suas atividades após a pandemia, pois precisaremos delas para a retomada do processo econômico”.
Fontana ainda apregoou a adoção de imposto sobre grandes fortunas, o imposto sobre lucros e dividendos, o aumento da contribuição social sobre o extraordinário lucro líquido do sistema financeiro e a criação de uma contribuição emergencial sobre altos salários dos setores públicos e privados.

Paraná confirma mais 12 casos de coronavírus e Estado chega a 137



A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) confirmou mais 12 casos de coronavírus neste sábado (28). Os novos casos são nove homens e três mulheres com idades entre 24 e 69 anos moradores de Curitiba (2), Mariópolis (1), Paranavaí (1), Campo Largo (1), Londrina (2), Cascavel (2), Quatiguá (1) e Foz do Iguaçu (2). O vírus já chegou a 11 cidades do Estado. 

Atualmente o Paraná possui 137 casos confirmados – quatro não residem no Estado –, 2.134 descartados e 968 em investigação. O estado segue com duas mortes confirmadas, em Maringá. 
Curitiba registra neste sábado (28) mais quatro novos casos de infecção pelo novo coronavírus em moradores da cidade. Com os novos números, são 75 casos confirmados de covid-19 na capital paranaense.

Copel suspende cortes de energia



“Casas e locais com atividades essenciais, como hospitais, não poderão ter o fornecimento de energia elétrica interrompido, nos próximos 90 dias, em função de inadimplência. A medida foi autorizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e informada aos consumidores pelo site do Copel. A decisão leva em consideração o momento econômico provocado pelo novo coronavírus, com a perspectiva de problemas financeiros generalizados.

Assim, a suspensão do corte visa manter a energia elétrica em momento de turbulência, até que as pessoas afetadas economicamente pela crise possam se organizar para realizar os pagamentos. Já havia sido anunciada o aumento no limite de gastos de 120 para 150 kWh por mês para fazer parte do programa Luz Fraterna, que garante isenção e deve ampliar o número de beneficiados de 165 mil para 217 mil famílias.”

Ipea sugere reajustar Bolsa Família em 29%, mais R$ 450 por família

Bolsa Família:  medidas alcançariam o terço mais pobre da população brasileira num momento em que elas estão vulneráveis à crise provocada pelo novo coronavírus.

Pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sugerem que o governo federal conceda um reajuste de até 29% no critério de acesso e nos valores pagos pelo Bolsa Família e crie um benefício extraordinário de R$ 450,00, com duração de seis meses, para todas as famílias com renda de até meio salário mínimo por pessoa. As medidas alcançariam o terço mais pobre da população brasileira num momento em que elas estão vulneráveis à crise provocada pelo novo coronavírus.
As ações seriam combinadas com a inclusão de 1,7 milhão de famílias que estão na fila de espera do programa. O gasto adicional é calculado com as transferências assistenciais em 2020 é calculado em R$ 68,6 bilhões, mas mais de 80% dessa despesa seria temporária e restrita a este ano. O impacto para o ano que vem seria bem menor, de R$ 11,6 bilhões, de acordo com a nota técnica divulgada nesta sexta-feira, 27, pelo Ipea.
O cenário é apenas uma entre as 72 alternativas desenhadas e calculadas pelos pesquisadores Luís Henrique Paiva, Pedro Ferreira de Souza, Leticia Bartholo e Sergei Soares. De acordo com o texto, as simulações foram solicitadas pelo Ministério da Economia, que pediu "a construção de cenários de intervenção para potencializar o uso do PBF (Programa Bolsa Família) e do Cadastro Único como mecanismos de redução dos prejuízos econômicos causados pela covid-19 à população brasileira de baixa renda".
O trabalho também analisou as dificuldades institucionais e operacionais, uma vez que qualquer resposta à covid-19 para dar suporte às famílias vulneráveis precisam ser rápidas. "De nada adianta uma boa resposta que poderá ser operacionalizada em 3 ou 4 meses, deixando as famílias mais pobres sem recursos durante o período mais crítico da crise", alerta o texto.
A avaliação dos pesquisadores é de que é preciso zerar a fila de espera pelo Bolsa Família e restabelecer o valor real das linhas de pobreza e extrema pobreza fixado no início do programa em 2004 nesse momento de maior vulnerabilidade social. Hoje, o benefício é pago a famílias com renda mensal de até R$ 178 por pessoa, e a extrema pobreza é considerada quando o valor é de até R$ 89 por pessoa. Essas cifras, pela proposta, subiriam a R$ 230 e R$ 115, respectivamente, o que ampliaria o número de famílias aptas a ingressar no programa.
Além disso, os pesquisadores defendem a criação de um benefício extraordinário a ser pago a todas as famílias que estão com cadastro atualizado no Cadastro Único, base de dados do governo federal para a inclusão de famílias em programas sociais, independentemente de elas receberem ou não o Bolsa Família. Para ser incluído no CadÚnico, é preciso ter renda familiar de até R$ 522,50 por pessoa.
O argumento dos pesquisadores é que as famílias que estão no CadÚnico mas ainda não estão na "linha de pobreza" que justifica o pagamento do Bolsa Família podem passar por um "empobrecimento" durante a crise do novo coronavírus. Isso provocaria uma espécie de corrida aos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), já sobrecarregados e que assistiriam a uma aglomeração de pessoas justamente quando a recomendação sanitária é para que a população fique em casa e evite situações de alto risco de contágio pela covid-19.
"A concessão de benefícios temporários para famílias vulneráveis é uma resposta preventiva mais racional do que simplesmente esperar que essas famílias caiam abaixo da linha de pobreza e tenham que se dirigir aos CRAS para atualizar suas informações no Cadastro Único", diz o estudo.
Durante a vigência do benefício extraordinário, os 30% mais pobres da população brasileira poderiam contar com uma renda mínima mensal de R$ 450 por família. Os beneficiários do Bolsa Família poderiam acumular os pagamentos e teriam, em média, uma segurança de renda mensal de quase R$ 690 por família. Após o fim do benefício extraordinário, as famílias beneficiárias do programa continuariam recebendo em média algo próximo de R$ 240 por família (R$ 77 per capita), valor 27% maior do que o pago atualmente, nos cálculos dos pesquisadores.
Foram feitas simulações com outros valores, de R$ 150 ou R$ 300 por família, que consequentemente teriam menor impacto nas contas públicas, mas protegeriam menos as famílias no período de crise.
"Entendemos as restrições fiscais que atormentam o Estado brasileiro, mas, dada a probabilidade de desdobramentos catastróficos do ponto de vista social, nossa recomendação inevitavelmente tende para os cenários mais generosos", diz a nota técnica. Segundo os pesquisadores, "na pior das hipóteses, mesmo se os riscos sociais estiverem superestimados" a despesa adicional seria quase toda temporária.
Além disso, o gasto com transferências passaria de 0,4% do PIB brasileiro para 1,4% do PIB neste ano - bem abaixo do déficit anual da Previdência Social e em linha com os programas de transferência de renda de outros países.
Do ponto de vista institucional e operacional, a sugestão feita pelos pesquisadores é considerada de dificuldade intermediária a alta. Nos reajustes e na inclusão de mais famílias no programa, o obstáculo é a tarefa de entregar tantos cartões ao mesmo tempo para os beneficiários, num momento em que o esforço de logística pode ser difícil.
Para criar o benefício extraordinário por seis meses, é recomendada uma legislação específica (sem conexão com Bolsa Família) e boa articulação com o Congresso para rápida aprovação. A maior dificuldade seria ajustar os sistemas da Caixa aos novos parâmetros do pagamento especial, uma vez que eles seriam diferentes do Bolsa Família. Mesmo assim, os pesquisadores acreditam ser possível rodar uma folha já no início de abril, para pagamento no fim do mês.