quinta-feira, 30 de maio de 2019

Projeto de universidade vira ação social pela inclusão

ONG foi reconhecida como uma das 100 melhores em 2017
Tudo começou com um projeto de universidade. Com R$ 330 para investir e o desejo de construir uma sociedade mais inclusiva, três amigos (Alexandre Amorim, Diego Hideo Tutumi e Luiz Hamilton Ribas) decidiram elaborar um projeto voltado a beneficiar pessoas com deficiência. Nascia a Ação Social para Igualdade das Diferenças (Asid Brasil), que há quase 10 anos conecta empresas, voluntários, instituições e mais de 58 mil pessoas com deficiência (PcD) e suas famílias.
A ideia de criar o projeto surgiu a partir da convivência com a irmã de Alexandre, que nasceu com síndrome de down e autismo. Ao notarem as dificuldades que as instituições para PcD enfrentam para se manterem abertas, elaboraram um projeto para a disciplina de Terceiro Setor na Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Na época, a Escola Especial Alternativa precisava de um suporte para resolver o problema financeiro, capacitar os profissionais e melhorar a divulgação. Panfletos foram distribuídos e os três amigos bateram de porta em porta. Ouviram 88 “nãos”. Mas quando ouviram o primeiro “sim”, tudo mudou. A instituição, que tinha uma dívida de R$ 70 mil, logo saiu do vermelho.
Reconhecida em 2017 como uma das 100 melhores ONGs brasileiras pelo Instituto Doar e a revista Época, a Asid Brasil teve um crescimento de 61% em 2018. As ambições, porém, são ainda maiores: impactar 10 milhões de pessoas até 2025.
Com o propósito de possibilitar o desenvolvimento das pessoas com deficiência, empoderamento das famílias e inclusão no mercado de trabalho, a Asid reestrutura entidades para essas PcD, cria soluções e ações para as empresas se tornarem inclusivas, além de articular ações de voluntariado corporativo em grandes organizações como a Fundação Telefônica Vivo, PwC e Samsung.
“Trabalhamos para construir uma sociedade inclusiva para as pessoas com deficiência. Para isso, adotamos três diretrizes: empoderamento dasfamílias, desenvolvimento das pessoas com deficiência e a inclusão no mercado de trabalho. E a partir dessas três diretrizes, oferecemos três tipos de serviços, gratuitos para as pessoas impactadas e vendidos como serviços para empresas”, explica Luiz Hamilton Ribas, 30 anos, diretor de marketing e inovação da Asid.
“Quando feito do jeito certo, impacto é grande”, diz fundador
Apesar de ganharem cada vez mais visibilidade com iniciativas como a Lei de Cotas nas empresas, as pessoas com deficiência ocupam apenas 1% dos empregos no país, com 441,3 mil inseridos no mercado de trabalho, de acordo com o Ministério do Trabalho. O impacto de um desses profissionais para uma empresa, contudo, pode ser grande, aponta Luiz Ribas.
“Estudos mostram como a inclusão impacta na saúde organizacional da empresa. Desenvolvimento de empatia, abertura à novas realidades, melhor administração dos conflitos. Muitas vezes as empresas acham que estão ajudando alguém, que tem de fazer isso só para bater a cota. Mas quando é feita do jeito certo, gera um impacto muito grande”, explica Luiz.
Apoio gratuito para instituições que atendem PcD
No Brasil existem 3.500 instituições gratuitas para PcD, de acordo com estimativa realizada pela própria ASID. Assim como a Escola Especial Alternativa, elas passam por dificuldades de gestão para dar suporte à pessoas com algum tipo de deficiência física ou intelectual, que representam cerca de 6,7% da população brasileira. Sem fins lucrativos, a ASID Brasil auxilia escolas e centros filantrópicos para PcD com uma mentoria para que organizem sua gestão, aumentando suas receitas, a qualidade de ensino e o número de vagas.
“A Rede Asidé gratuitapara instituições que atendam pessoas com deficiência. São 120 instituiçõesde todo o Brasil, a maioria delas (50) do Paraná. Para participar, basta acessar nosso site e preencher um formulário. Todas as informações estão na seção “Para Instituições”, explica Luiz.
SERVIÇO
Ação Social para Igualdade das Diferenças (ASID)
O que é: Instituição criada há nove anos, cuja missão é unir empresas, voluntários, instituições e pessoas com deficiência (PcD) para construir uma sociedade inclusiva.
Como ajudar: Empresas podem contratar os serviços da ASID para o desenvolvimento de projetos de inclusão.Além disso, pessoas físicas e jurídicas também podem contribuir através de incentivo fiscal, apoiando projetos da ASID aprovados pelo Fundo para Infância e Adolescência e também pelo Pronas/PCD
Site: www.asidbrasil.org.br
Instagram: www.instagram.com/asidbrasil
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