As marcas de motocicletas estão entre os diversos segmentos da indústria que paralisaram a produção para contribuir com a redução da disseminação do novo coronavírus no Brasil. Praticamente todas as plantas presentes no Polo Industrial de Manaus (PIM) suspenderam os trabalhos. Com isso, a produção de motos caiu mais de 98% em abril.
De acordo com os dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), apenas 1.479 unidades foram fabricadas no último mês.
O volume representa uma queda de 98,4% na comparação com o registrado no mesmo mês de 2019 (91.226 unidades) e de 98,6% quando comparado com março deste ano (102.865). No acumulado de 2020, foram fabricadas 299.078 motocicletas, redução de 18,7% na comparação com o mesmo período de 2019 (367.986 unidades).
“A produção do segmento ficou praticamente estagnada em abril, já que 70% das fábricas de motocicletas paralisaram suas atividades produtivas como medida de prevenção e segurança de seus colaboradores diante da pandemia do Covid-19”, explica Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo.
Segundo a associação, no início de maio, metade das fábricas de motocicletas instaladas no PIM já voltaram a funcionar com adoção de medidas preventivas para a segurança dos colaboradores, como medição de temperatura na entrada, maior espaço físico entre os trabalhadores, mudanças no sistema de ônibus fretado, fornecimento de máscara de proteção e álcool gel 70%
Fermanian alerta que devido ao cenário atual as projeções para 2020 do segmento de motocicletas serão revistas. “Não resta dúvida que os resultados do segmento serão impactados pela pandemia do Covid-19. Por isso, iniciaremos agora um processo de revisão dos números”, aponta.
O presidente da Abraciclo também chama atenção para a situação das fabricantes do segmento, bem como de seus parceiros do varejo, que sentiram fortemente a súbita paralisação das atividades de um modo geral e necessitam do apoio de medidas governamentais que aliviem as dificuldades de caixa das empresas.
“Estamos apresentando pleitos referentes às necessidades operacionais e econômicas mais urgentes das fabricantes de motocicletas e também das parceiras que atuam no varejo para os governos federal, estadual e municipal. O andamento está em diversos estágios, sendo que, em alguns casos, entramos na fase de agendamento de reuniões por videoconferência”.
