terça-feira, 26 de maio de 2020

Bebê que venceu Covid-19 terá festa virtual após 54 dias no hospital

bebê carioca  cativou os médicos e superou o vírus

Quando os pais de Dom escolheram o nome do filho baseados em seu significado (mestre), não imaginavam a luta que o pequeno ia enfrentar — e vencer —, passando uma mensagem de esperança a tanta gente.

O professor Wagner Andrade, de 34 anos, a economista Viviane Monteiro, de 32, e o bebê , de 5 meses, moradores de Irajá, na Zona Norte do Rio, protagonizaram anteontem o final feliz de uma longa história em meio à pandemia da Covid-19 . O primeiro herdeiro do casal — junto há oito anos —, se curou da forma mais grave da doença e foi para casa depois de passar 54 dias internado. A data da alta vai ficar marcada para sempre e será comemorada em grande estilo junto com os 6 meses de vida do menino.

Em junho, o sexto “mesversário” do garotinho será festejado com um entusiamo especial — desde janeiro, os pais de primeira viagem celebraram o nascimento do neném, mas o “Parabéns pra você” no quarto e no quinto mês foi cantado dentro do hospital. Lá, Dom contou o tempo todo com a assistência de Wagner e Viviane, que se revezavam para manter a vigília de 24 horas. Agora em casa e sozinhos com ele, por causa do isolamento social, os dois já programaram uma videoconferência, para que toda a família possa participar da celebração no próximo dia 14.

"Vivemos um momento mágico na hora da alta, porque por vezes a gente pensou que não traria mais ele para casa. Sair com nosso filho nos braços foi indescritível. Um misto de emoções: felicidade e medo, porque aqui (fora) está tudo muito tenso com esse negócio de Covid. Mas estou muito feliz. A equipe médica, técnica e de enfermagem foi maravilhosa!", agradeceu Viviane.

Os pais fizeram um rastreamento, com a ajuda do hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, na Zona Sul, das últimas pessoas que tiveram contato com eles e o bebê e acreditam que a criança tenha sido infectada durante uma ida à casa de parentes. O casal fez o teste e deu negativo para Covid-19 .

"Que período difícil! O caso era grave e estávamos perto de um óbito. Entramos em desespero, mas deu certo", contou Wagner, que ficou impressionado ao ver o filho entubado e sedado na UTI (ele teve quadros de disfunções cardíacas e respiratórias). "A gente estava numa corda bamba. Não sabíamos se daria certo. Contávamos com um milagre, sequelas e até a morte".

O pai, que teve a ajuda de um psicólogo do hospital para conseguir superar os momentos mais difíceis, relatou que os médicos chegaram a dizer que um dos pulmões do menino estava comprometido e haveria necessidade de uma cirurgia. Mas há cerca de um mês e meio, a operação foi descartada e, a partir daí, Wagner passou a ter esperança na recuperação do bebê.