sábado, 18 de maio de 2019

Dólar é negociado acima de R$ 4 pela primeira vez desde a eleição de Bolsonaro

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O dólar segue em alta nesta sexta-feira (17), após fechar esta quinta-feira (16) acima de R$ 4 pela primeira vez em quase oito meses. Às 12h03, a moeda norte-americana subia 1,09%, vendida a R$ 4,0793.
Na máxima da sessão até agora, a moeda chegou a R$ 4,0903, maior cotação desde 26 de setembro de 2018.

No mercado interno, os investidores estão cautelosos com os sinais de enfraquecimento da economia brasileira e com as incertezas com o andamento da reforma da Previdência. No exterior, a disputa comercial entre Estados Unidos e China está influenciando o mercado de países emergentes como o Brasil.
“Mercado financeiro não suporta mais incerteza. Isso vale tanto para o período pré-eleitoral quanto pós. Vivemos uma grande incerteza interna se a Reforma da Previdência passará, se Bolsonaro conseguirá aprovar as demais reformas e se o mundo não irá desacelerar com força com a guerra EUA e China. O investidor está fugindo do Brasil, pelo menos por agora. Vamos aguardar as próximas semanas”, ressalta Pedro Coelho Afonso, Economista-Chefe da PCA Capital.

“Guerra” entre EUA e China afeta a moeda

A China afirmou nesta sexta-feira que os Estados Unidos precisam mostrar sinceridade para manter negociações comerciais substanciais, reagindo às sanções à gigante chinesa Huawei anunciadas pelo governo norte-americano na véspera.

“O cenário internacional está muito ruim, com uma deterioração da relação comercial entre EUA e China e as incertezas em relação ao Brexit”

Pequim ainda não disse se vai retaliar contra a última medida dos EUA na tensão comercial, embora a mídia estatal tenha adotado um tom cada vez mais estridente, com o Diário do Povo do Partido Comunista publicando comentários de primeira página que evocam o espírito patriótico de guerras passadas.
“O cenário internacional está muito ruim, com uma deterioração da relação comercial entre EUA e China e as incertezas em relação ao Brexit, sobre a saída do Reino Unido da União Europeia. Já no cenário doméstico, seguimos somente com péssimas notícias, já que o governo está começando a enfrentar protestos e a taxa de desemprego se encontra batendo uma alta recorde. O PIB começou a ser revisto para baixo e Reforma da Previdência segue sem indicar um claro sinal de quando será aprovada. Tudo isso gera uma aversão ao risco muito grande e o dólar dispara naturalmente”, explica Fernando Bergallo, Diretor de Câmbio da FB Capital.
Com REUTERS e AGÊNCIA BRASIL