quarta-feira, 15 de maio de 2019

Dia de Greve Nacional da Educação mobiliza diversas categorias em Curitiba

Milhares são esperados na Santos Andrade

Estudantes, professores, servidores de universidades, escolas estaduais e municipais de todo o país devem promover atos de diversas cidades ao longo do dia. O principal ponto é o protesto contra cortes no orçamento de universidades e na educação básica. O Ministério da Educação (MEC) já fez bloqueios de R$ 5,7 bilhões, o que representa cerca de 23% do orçamento discricionário (não obrigatório), cortando verbas direcionadas a todas as etapas da educação, incluindo a Educação Básica. Em Curitiba, a mobilização se concentra na Praça Santos Andrade a partir das 8h30, com atos ao longo de todo o dia.
Haverá participação de entidades representativas, movimentos sociais e da comunidade acadêmica. Metalúrgicos também devem participar, com ações nas portas de fábrica e também no final de tarde no Centro de Curitiba.
Professores e estudantes da rede estadual de ensino também confirmaram presença. Escolas municipais da região metropolitana também terão o funcionamento afetado. Sindicatos de professores e servidores estão, inclusive, disponibilizando ônibus a quem quiser transporte para participar do ato.
Também devem participar integrantes de universidades e escolas particulares. Na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), por exemplo, as coordenações dos cursos teriam liberado os professores dos cursos para que não realizem atividades avaliativas e chamadas de alunos.
A Greve Nacional da Educação foi chamada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee). Um dos motivos da escolha da data foi para que o protesto nacional ocorra simultaneamente à presença do ministro da Educação, Abraham Weintraub, na Câmara dos Deputados. Inicialmente convidado pelos deputados para prestar esclarecimentos sobre os cortes, agora o ministro deve ser obrigado a comparecer à Casa.
A Câmara aprovou ontem requerimento de convocação do ministro. À época do anúncio dos cortes, no fim de abril, o chefe da pasta chegou a dizer que algumas instituições estavam fazendo “balbúrdia” em vez melhorarem seu desempenho. Em entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo”, ele afirmou que esse seria o motivo pelo qual o MEC realizaria os cortes. O requerimento foi encaminhado pelo deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) e aprovado pela maioria do plenário. A base do governo, que se manifestou contrária à convocação, pediu verificação de quórum e votação nominal, mas não conseguiu inverter o intento. Dessa forma, Weintraub será obrigado a comparecer hoje à Casa para prestar esclarecimentos.
Segundo o presidente da CNTE, Heleno Araújo, quando a entidade pensou na greve, a ideia era justamente envolver a educação básica, profissional, tecnologia e universitária de todo o país, já que todos e todas serão impactados com os cortes das verbas e a proposta de reforma da Previdência.
“O anúncio de corte de recursos da educação colocou lenha na fogueira e ajudou a ampliar a adesão das universidades e instituições federais, com suas entidades nacionais chamando para a deliberação das assembleias das associações de docentes e movimento estudantil”, disse.
Apoio político
Depois de receber apoio da maioria dos deputados federais do Paraná, o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, será ouvido na próxima terça-feira, na Assembleia Legislativa. Um requerimento dos deputados Romanelli (PSB) e Professor Lemos (PT) reservou o grande expediente da sessão para que os reitores falem sobre os cortes de 30% das verbas das instituições de ensino. Os reitores vão pedir apoio dos deputados para que o governo federal suspenda o bloqueio de recursos no orçamento descentralizado das universidades.