terça-feira, 14 de maio de 2019

Bolsonaro defende venda direta de álcool da usina aos postos, sem intermediários



O presidente Jair Bolsonaro (PSL) defendeu neste domingo (12), durante entrevista ao jornalista Milton Neves, da Rádio Bandeirantes, que os usineiros sejam autorizados a vender o etanol que produzem diretamente aos postos de combustíveis. Ele disse que a medida deverá reduzir o preço do etanol em pelo menos 20 centavos, na venda ao consumidor.
Bolsonaro mencionou a regra da Agência Nacional do Petróleo (ANP) que obriga o produtor a vender entregar o combustível aos distribuidores, verdadeiros atravessadores no mercado. “O usineiro tem que entregar o álcool ao distribuir”, disse o presidente, “Às vezes ele pega seu caminhão com combustível roda 200 quilômetros até a distribuidora, lá só troca o papel (a nota fiscal) e volta 200 quilômetros para abastecer o posto que fica a 2 quilômetros da porteira da usina. Esse álcool andou 400 quilômetros!”
“O que a gente quer aqui?”, continuou Bolsonaro na entrevista a Milton Neves, “que o usineiro possa vender o seu produto, o etanol, diretamente ao posto de gasolina. Nós achamos que isso vai diminuir em média 20 centavos o preço do litro do álcool, e você começa a fazer concorrência com a gasolina”.
Mas o presidente reconhece que há “interesseiros no meio do caminho”, sem mencionar o poderoso lobby das distribuidoras de combustível, que não produzem uma só gota de nada, não agregam valor ao produto e ainda representam pelo menos 16% do valor final do combustível. Os distribuidores pregam o acréscimo de mais um imposto “para engolir os 20 centavos” e com isso neutralizar os efeitos positivos da venda direta.
Quando ele ouve a pretensão desses interesseiros, “dá vontade de soltar um palavrão”, mas não o faz porque, “como presidente, jamais falaria isso, mas assim não dá”. Ele afirmou que “se nós agirmos com racionalidade e pensarmos no Brasil”.
Moro no STF
Nessa mesma entrevista, que teve a duração de 1h06, Bolsonaro disse que assumiu compromisso com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, para indicá-lo para uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal).
“Eu fiz um compromisso com ele, ele abriu mão de 22 anos de magistratura. A primeira vaga que tiver lá [no STF], estará à disposição”, disse Bolsonaro.
“A primeira vaga que tiver eu tenho esse compromisso e, se Deus quiser, nós cumpriremos esse compromisso. O Brasil inteiro vai aplaudir”, acrescentou o presidente.