quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Ex-presidente da Funai volta a chefiar o órgão

O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Franklimberg Ribeiro de Freitas

O general Franklimberg Ribeiro de Freitas vai assumir novamente a presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai) no lugar de Wallace Bastos, que pediu exoneração do cargo na tarde desta segunda-feira, 14. A escolha do general foi feita pela ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, ao qual a Funai está vinculada.

O general deixou a presidência da Funai em 19 de abril do ano passado, onde estava desde janeiro de 2017. Na época, o então presidente Michel Temer recebeu reivindicação de parlamentares ligados à bancada ruralista pedindo a sua saída. A queixa era que Franklimberg não colaborava com o setor no processo de demarcação de terras indígenas.

Procurada nesta segunda, a Frente Parlamentar da Agropecuária informou que não iria se manifestar sobre a indicação de Franklimberg para a Funai.

O órgão foi transferido do Ministério da Justiça para a pasta de Damares e os processos de demarcação de terras indígenas deixaram de ser responsabilidade da Funai - agora são atribuição da Secretaria de Assuntos Fundiários, vinculada ao Ministério da Agricultura.

Franklinberg disse que volta à Funai com a promessa de tocar o órgão sem ingerências políticas. "Como conversei com a ministra Damares, vou ter a oportunidade de escolher o pessoal que vai trabalhar comigo. Esse é um grande diferencial em relação à situação anterior", afirmou. "A Funai vai melhorar. Estamos sempre pensando em formas de apoiar a causa indígena. E esse será o foco de nossa gestão." O general decidiu trocar toda a diretoria do órgão.

À reportagem, a ministra disse que a escolha de Franklimberg levou em conta sua experiência na área. "Queremos dar uma atenção especial aos índios de áreas de fronteira. O presidente quer que o Estado fale diretamente com essas pessoas. E o general Franklimberg conhece a Amazônia como ninguém. Ele é de origem indígena, é muito querido pelos índios", afirmou Damares.