quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Asfalto e concreto ocupam 63% do solo curitibano

Cidade tem 27,5 mil hectares cobertos por construções, ruas e calçadas

Curitiba já foi chamada de “a cidade mais verde da América Latina”. Mas é opreto e o cinza, cores característica do asfalto e do concreto, que têm cada vez mais ocupado os espaços da Capital. Mais precisamente, 63,3% do solo da cidade. É o que revelou o Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo do Brasil (MapBiomas), apresentado em outubro de 2018, em Brasília.
A ferramenta, inédita no mundo, permite a investigação da ocupação territorial de qualquer parte do Brasil, ano a ano, com resolução de 30 metros, destacando-se como o mapa mais detalhados sobre a ocupação da terra já feito para um país.
Com os dados do MapBiomas, por exemplo, é possível verificar que entre 1985 e 2017 a área de infraestrutura urbana da cidade teve crescimento de 12,8%, saltando de 24,41 mil para 27,52 mil hectares (lembrando que cada hectare é equivalente a 10 mil metros quadrados). Nesse mesmo período, as áreas de formação florestal sofreram uma redução de 21,4%, passando de 10 mil para 7,9 mil hectares.
Outra informação que chama a atenção é que a área de rios e lagos na cidade teve importante crescimento nesses 33 anos, de 267,9%, passando de 148,05 para 544,60 hectares.
No Paraná
Se em Curitiba prevalece o cinza típico dos grandes centros urbanos, no Paraná como um todo a infraestrutura urbana ocupa apenas 1,1% do solo, ou seja, 214 mil dos 19,8 milhões de hectares do estado. Mesmo em outras grandes cidades paranaenses o índice de ocupação do solo pela infraestrutura urbana é baixa. Em Londrina, segundo maior município paranaense, o percentual é de 5,61%. Em Maringá, também no norte do estado, é 17,71%, enquanto em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, e em Cascavel, no oeste paranaense, os percentuais são de 3,78% e 3,47%%, respectivamente.

Obras públicas
O prefeito Rafael Greca anunciou nesta segunda-feira (21) Rodrigo Rodrigues como novo secretário municipal de Obras Públicas. Rodrigues atua desde o início da gestão como supervisor em obras de pavimentação de Curitiba. Ele é formado em Administração pela PUCPR com MBA em Gestão Comercial pela Fundação Getúlio Vargas e pós-graduação em Controladoria em Finanças também pela PUCPR.
Paraná ‘ganha’ 356 mil hectares de florestas em 33 anos
Nos últimos 33 anos, ainda segundo o MapBiomas, a Amazônia foi o bioma que mais perdeu áreas de florestas, mas, proporcionalmente, o Cerrado foi o mais devastado, com 18% de perdas líquidas. Já o Pampa perdeu 15%, a Caatinga, 8%, e o Pantanal, 7%. Na contramão, a Mata Atlântica perdeu 5 milhões de hectares, mas nos últimos dez anos a regeneração superou o desmate.
E esse cenário apresentou bons resultados ao Paraná. Enquanto o Brasil perdeu 71 milhões de hectares de florestas entre 1985 e 2017 (o equivalente à área dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Espírito Santo juntos), o estado paranaense viu essa área crescer em 6,01%, passando de 5,93 milhões de hectares para 6,28 milhões.
Embora as áreas de floresta natural tenham sido reduzidas em 0,05%, alcançando hoje uma área de 5,37 milhões de hectares, a área de floresta plantada (áreas de reflorestamento, destinadas à recuperação de uma área degradada, onde anteriormente havia cobertura vegetal local reconhecida como floresta) tiveram incremento de 205,07%, chegando a 911,9 mil hectares.