terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Dicas de como economizar na compra do material escolar

Pais não devem sair de casa sem pesquisar preços: aulas devem começar só em fevereiro

Todo ano, uma preocupação atormenta os pais de estudantes que estão na escola: a compra do material escolar. Os preços sobem, as ofertas são inúmeras, as filas se multiplicam, os caixas lotam e em meio a toda essa confusão, fica difícil se organizar, saber o que comprar e ter a certeza de que está escolhendo a melhor opção.
O Procon-PR realizou uma pesquisa de preços dos materiais escolares, entre os dias 8 e 10 de janeiro de 2019, em quatro estabelecimentos de Curitiba. Foram pesquisados mais de 150 itens, sendo consideradas, para o levantamento, marcas pré-definidas.
Foram encontradas diferenças de até 112% no preço de um mesmo item, no caso a tinta guache (R$ 2,20, a mais barata encontrada, até R$ 5,30, o preço mais alto). Segundo o Procon-PR, as diferenças encontradas de um estabelecimento para outro comprovam a importância da pesquisa de preços e também das condições de pagamento disponíveis no mercado, já que quem pesquisa acaba economizando.
Além da eterna dica de pesquisar antes de comprar, os pais também devem estar atentos ao que pode e não pode ser solicitado pelas escolas. As escolas são proibidas de pedir materiais de uso coletivo na lista escolar, alerta a advogada Ana Paula Smidt, sócia do escritório Custódio Lima Advogados Associados.
“As escolas não podem pedir itens como papel higiênico, copos descartáveis, produtos de limpeza, giz, cartuchos, toners e grandes quantidades de caneta e lápis, por exemplo. As listas escolares devem conter somente produtos que serão usados exclusivamente pelo aluno em questão”, salienta Ana Paula.
Sobre itens de uso pedagógico que geralmente não se vendem em unidade, como papel A4, a lei estabelece que só poderão ser exigidas quantidades que sejam coerentes com as atividades diárias dentro do colégio.
Ainda segundo a especialista, as escolas também não podem obrigar que os pais comprem o material de uma marca específica ou em um determinado estabelecimento. Estas duas questões estão dispostas no artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor e são proibidas porque caracterizam venda casada, explica a advogada.“Caso a instituição de ensino exija materiais de uso coletivo ou vincule a compra dos materiais à própria loja ou a uma determinada papelaria, caracterizando assim venda casada, o que é vedado por lei, orientamos que os Pais compareçam ao Procon e formalizem uma reclamação, sendo que a instituição de ensino poderá sofrer sanções administrativas e ser multada.”

Como economizar na compras
1. Foque em materiais básicos e duráveis
A dica mais importante consiste em saber o que procurar. O intuito é economizar, entretanto, não adianta comprar um produto exclusivamente porque seu preço está abaixo da média e precisar comprar o mesmo produto alguns meses ou até semanas depois.
A qualidade e o preço devem estar entrelaçados. “Investir no barato, sem uma durabilidade adequada não será uma economia, mas apenas uma preocupação futura”, reforça Carla.
2. Fuja dos personagens
Pensando na durabilidade de cada item, cuidado com as estampas que escolhe. Muitas vezes, aquele personagem preferido do seu filho pode nem passar mais pela cabeça dele daqui alguns meses.
3. Converse com outros pais
Você não está sozinho nessa. Os outros pais estão passando pela mesma situação, então por que não investir em algo que seja bom para todos? Uma estratégia que vale muito a pena é conversar com outros pais, se organizarem e procurarem um bom atacado.Dessa forma, os produtos saem mais barato e você terá outras opiniões para te ajudar a escolher entre as diversas opções que aparecerão pelo caminho.
4. Aprenda a reaproveitar
Antes de sair às compras, é importante conferir tudo o que sobrou do ano anterior.“O ideal é que uma mochila, por exemplo, possa ser reaproveitada por muitos anos, assim como, tesouras, estojos e outros itens mais resistentes”. Entretanto Carla alerta: “Não é bom reutilizar cadernos. Certos itens incentivam o aluno a estudar. Um caderno novo, por exemplo, pode fazer toda a diferença. Para não desperdiçar, os antigos podem ser utilizados como rascunhos ou para estudos em casa”.

5. Faça uma lista específica antes de sair de casa - e não se afaste dela
Durante as compras, é possível que você se depare com materiais incríveis - mas que fogem totalmente do seu orçamento. Ter uma lista e segui-la irá poupar dúvidas desnecessárias e gastos imprevistos.
6. Pesquise
Nessa época, as lojas investem nesse setor e é possível encontrar diversas ofertas e promoções exclusivas. Entretanto, cuidado: nem todas valem a pena.
Logo, é importante fazer uma pesquisa de preços, produtos, lojas e promoções. E isso não é algo para ser feito apenas em dezembro ou janeiro, mas ao longo de todo o ano. Ter uma noção do preço dos produtos que precisa comprar, irá facilitar muito suas compras.

7. Desapegue das marcas
Nada de escolher um produto mais caro apenas porque é de determinada marca. O foco aqui deve ser a qualidade dos produtos, não os logo e etiquetas que carregam. “É bom conhecer as marcas e saber suas preferidas, mas não se limite a elas”.

8. Não depende apenas de você
Levar ou não os filhos no dia da compra? Alguns pais preferem manter os filhos fora dessa decisão. A chance de eles optarem por um produto apenas pela aparência existe e é alta
Entretanto, para quem tiver interesse, essa pode ser uma ótima oportunidade para dar uma dose de educação financeira para os filhos. Saber quanto custa cada produto e analisar as diferenças, benefícios e riscos de cada um contribui para que a criança ou o jovem passe a dar um valor maior para os itens do seu dia a dia.E isso será benéfico não apenas na hora da compra, mas a longo prazo. Entendendo o valor de cada material, ele pode ter um cuidado ainda maior com suas coisas - o que aumenta a quantidade de produtos que poderão ser reaproveitados no ano seguinte e ajudando a economizar nas próximas compras.