terça-feira, 29 de janeiro de 2019

STJ decide soltar Deonilson Roldo, ex-chefe de gabinete de Beto Richa

Deonilson Roldo foi chefe de gabinete do ex-governador Beto Richa (PSDB) — Foto: Reprodução/ RPC Curitiba

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu soltar o ex-chefe de gabinete do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) Deonilson Roldo, que está preso desde setembro do ano passado. A decisão é desta terça-feira (29).

"Fora concedida a soltura do paciente, Deonilson Roldo, braço direito de do governador Beto Richa, em razão de ter vencido sua prisão preventiva, e que, segundo processo, o ministro João Otávio de Noronha, presidente da Corte, relator interino, não viu motivos que o fizessem permanecer preso", disse, em nota, o STJ.

Até a publicação da reportagem, o advogado de Deonilson, Roberto Brzezinski, disse que seu cliente ainda não tinha deixado a carceragem do Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Porém, afirmou que a defesa sempre acreditou que a prisão era desnecessária.

"Não foi concedida a liminar, mas o mérito do Habeas Corpus (HC) em decisão monocrática do ministro presidente do STJ. Ou seja, a decisão não precisa ser confirmada no mérito, pois o mérito já foi julgado", disse Brzezinski.

Deonilson foi alvo da 53ª fase da Operação Lava Jato.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o Grupo Odebrecht fez, no primeiro semestre de 2014, um acordo ilícito com Deonilson para que a concorrência fosse limitada na licitação da Parceria Público-Privada (PPP) para as obras na PR-323, que liga Maringá, no norte do Paraná, a Francisco Alves, no noroeste do estado.

Em contrapartida, a empreiteira pagaria R$ 4 milhões a Roldo e ao seu grupo, ainda conforme a denúncia. Os procuradores afirmam que lançamentos registrados no sistema de contabilidade informal da Odebrecht, mostram o pagamento de pelo menos R$ 3,5 milhões em espécie.

O consórcio liderado pela Odebrecht foi o único a participar da licitação e venceu, mas a obra não saiu.

Roldo e mais dez investigados são réus no processo. Deonilson responde por fraude a licitação, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.