
A Bolsa de Valores encerrou o mês de julho em alta de 4,80% com a trégua no cenário político e o exterior mais favorável, melhor nível desde a crise política disparada pela delação dos executivos da JBS. Em 2017, o Índice Bovespa, que reúne as principais ações do mercado brasileiro, sobe 9,45%.
Apesar de a denúncia de corrupção contra o presidente Michel Temer -- que será analisada pelo Congresso nesta quarta-feira -- ainda ser um fator de complicação no âmbito político, os investidores ficaram mais tranquilos no mês de julho.
A calmaria se deu por conta do recesso parlamentar e também da percepção de que a condução da política econômica não é afetada pelos mais recentes desdobramentos da crise política que atingiu o governo.
Assim, não só os negócios na Bolsa melhoraram como, na outra ponta, o dólar caiu 5,79%% no mês, ficando na lanterna do ranking de investimentos. Cotado a R$ 3,1202 no fechamento, a moeda americana teve a maior queda mensal do ano.
Para o consultor de investimentos Fábio Colombo, o que ditará o rumo dos negócios nos próximos meses é a tramitação da reforma da Previdência, que deve ser retomada logo após a análise da denúncia contra Temer.
No exterior, apesar de o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), ter mantido a taxa de juros da economia dos Estados Unidos na faixa entre 1,00% e 1,25% ao ano, o ritmo do aperto monetário naquele país é uma variável monitorada por investidores no cenário doméstico e pode ter reflexos em negociações locais.
O mercado também está atento ao mesmo movimento do Banco Central Europeu (BCE) e aos dados de crescimento da China, grande parceiro comercial do Brasil. (AE)