
Índios da reserva do Jaraguá ocuparam parte do escritório da Presidência da República na avenida Paulista, região central de São Paulo, na manhã desta quarta-feira, 30. O grupo indígena defende a revogação imediata da portaria do Ministério da Justiça publicada no último dia 21, que anulou a criação da reserva indígena do Jaraguá, criada em 2015 na região do Parque do Jaraguá, zona oeste da capital paulista. A criação ampliava de 3 hectares para 512 hectares as terras indígenas.
Assinado pelo ministro da Justiça, Torquato Jardim, o documento alegou "erro administrativo" na demarcação da área e afirmou que a reserva foi estabelecida "sem a participação do Estado de São Paulo na definição conjunta das formas de uso da área".
A ação, segundo o grupo, antecipa ato previsto para às 17h no Masp, também na Paulista. Os manifestantes exigem ainda a revogação do parecer 001/2017 da Advocacia Geral da União que pode afetar todos os processos de demarcação de terras indígenas.
A estimativa dos guaranis é que ao menos 720 pessoas habitem hoje a reserva, sendo que mais de 400 são crianças. Elas aprendem o guarani antes do português. Os índios vivem em condições precárias, e muitos recebem o Bolsa Família.
Brasília
Outro grupo indígena também acampa em frente ao prédio do Ministério da Justiça em Brasília. Os índios levaram suprimentos para permanecer no local e instrumentos como arco e flecha. Eles também estenderam faixas em frente ao prédio e cantaram músicas tradicionais.