segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

STF concede habeas corpus a empresário apontado como operador financeiro de Beto Richa



O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Dias Toffoli, concedeu habeas corpus ao empresário Jorge Atherino, preso na 53ª fase da Operação Lava Jato.

Jorge Atherino é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como operador financeiro do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB).

Réu na Lava Jato, o empresário responde por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

Na 53ª etapa da Lava Jato, deflagrada em setembro do ano passado, foram investigados crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude na licitação em favor da empreiteria Odebrecht na obra da PR-323, no noroeste do Paraná.

Em nota, o advogado Carlos Alberto Farracha – que defende Jorge Atherino – disse que vai seguir o trabalho de forma técnica e que acredita nas instituições, para que elucidem os fatos.

De acordo com a defesa, o empresário deve deixar a cadeia na manhã desta segunda-feira (14). Ele está preso na carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba.

A decisão de Toffoli é de sábado (12).

53ª fase da Lava Jato

Conforme a denúncia do MPF, o Grupo Odebrecht fez, no primeiro semestre de 2014, um acordo ilícito o ex-chefe de gabinete de Beto Richa para que a concorrência da licitação para duplicação da PR-323 fosse limitada.

Em contrapartida, a empreiteira pagaria R$ 4 milhões a Deonilson Roldo e ao seu grupo, ainda segundo a denúncia. Deonilson Roldo foi chefe de gabinete de Beto Richa (PSDB), estava trabalhando nos bastidores da campanha ao Senado do ex-governador do Paraná.

Deonilson Roldo também foi preso na 53ª fase da Lava Jato e segue detido desde então.

Os procuradores do MPF afirmam que lançamentos registrados no sistema de contabilidade informal da Odebrecht mostram o pagamento de pelo menos R$ 3,5 milhões em espécie.