O ex-deputado, no entanto, disse entender que Bolsonaro tentará distanciar-se dele até as eleições. Mas, depois, se Bolsonaro vencer, espera "retribuição à fidelidade" que diz ter dispensado ao aliado.
De fato, Jefferson tem demonstrado fidelidade total ao presidente da República. Chegou a convidá-lo para se filiar ao partido, mas Bolsonaro optou pelo PL.
Depois, não conseguindo lançar-se candidato à Presidência da República, colocou em seu lugar Kelmon Luis da Silva, o "Padre Kelmon", para atuar como linha auxiliar do presidente nos debates eleitorais.
Os bolsonaristas temem o poder de fogo de Roberto Jefferson. Foi exatamente por achar que o PT não retribuía sua "fidelidade" ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva que, quando deputado, ele revelou publicamente a existência do mensalão.
Um de seus amigos no Rio de Janeiro, o deputado Otoni de Paula (MDB) fez chegar às redes sociais um vídeo cobrando proteção do presidente para não deixar "um soldado patriota morrer sozinho".
Mesmo durante o período em que resistiu à prisão e atirou nos policiais, Jefferson manteve contato com interlocutores do Planalto, que o avisaram da disposição de Bolsonaro de enviar o próprio ministro da Justiça à sua casa.
O comando da campanha, no entanto, aconselhou Bolsonaro a suspender a ida do ministro. Mas os bolsonaristas acreditam que Jefferson entende as dificuldades que o presidente tem para ajudá-lo até o dia da votação.