quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Ministério Público investiga creches clandestinas em Curitiba abertas em plena Pandemia

Publicação de “crecheiras” anexada à denúncia  investigada pelo MPPR

A Promotoria de Justiça da Educação do Ministério Público do Paraná (MPPR) investiga denúncia de creches clandestinas em Curitiba, que ganharam força com as escolas de educação infantil fechadas devido à pandemia de Covid-19. A denúncia, feita pela Associação de Escolas Particulares de Educação Infantil (Assepei) , segundo a assessoria do MPPR, virou notícia de fato para apuração dos fatos.

As creches irregulares são geralmente gerenciadas por uma ou duas pessoas, muitas mães, professoras e até psicólogas, que se propõem a cuidar das crianças. Os anúncios são feitos nas redes sociais, principalmente em grupos voltados para mães de Curitiba. A denúncia da Assepei ressalta que tais serviços não oferecem acompanhamento pedagógico e segurança, atestada por órgãos oficiais como Vigilância Sanitária e Corpo de Bombeiros. A Assepei também denunciou as creches irregulares à Coordenação de Vigilância Sanitária de Curitiba.

“Com as escolas fechadas e os pais trabalhando, as ‘crecheiras’ viram uma oportunidade, afinal os pais estão deseperados. Mas eles pais desconhecem os perigos que os filhos estão correndo nestes locais”, disse o diretor administrativo da Assepei, Everton Renaud, em entrevista o Bem Paraná. Segundo ele, entre os poucos pais que continuam pagando as mensalidades nas escolas infantis, muitos têm pedido desconto porque precisam pagar as chamadas ‘crecheiras’. “A falta de perspectiva de quando as aulas retornarão piora ainda mais a angústica dos pais, mas é preciso zelar pela segurança das crianças. Nós das escolas infantis, que temos estrutura para seguir todos os protocolos de segurança e higiene não podemos abrir e nem temos ideia de quando poderemos abrir. Não é certo que as crianças e as famílias corram riscos nestes lugares clandestinos”, disse ele. Renaud cita ainda que uma pesquisa feita com aproximadamente 2 mil pais de crianças matriculadas em escolas de educação infantil da capital paranaense indica que 41% deles esperavam o retorno das aulas já em agosto, o que não aconteceu.

No Protocolo de Volta às aulas, elaborado pela Secretaria de Estado e Educação (SEED), com a ajuda de instituições representativas, as escolas de educação infantil são as últimas a reabrirem o atendimento presencial e não inclui o retorno para crianças de até 2 anos. O protocolo também não prevê a data de retorno às aulas. Embora, a SEED fale em setembro, a decisão dependerá da autorização da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa).