segunda-feira, 17 de agosto de 2020
TRE-PR enfrenta desafio inédito com pandemia e se reinventa para eleições
A Justiça Eleitoral enfrenta o desafio inédito de organizar a disputa por prefeituras e câmaras municipais em meio a uma pandemia que já matou mais de 100 mil brasileiros. Com a experiência de quem acompanha de perto o processo eleitoral desde 1989, ou há mais de 30 anos, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE/PR), desembargador Tito Campos de Paula, admite que o órgão vive uma situação totalmente nova, que obriga a instituição a se reinventar e se adaptar a uma realidade nunca vista no País.
E não se trata de um desafio pequeno, afinal, em meio à emergência sanitária, a eleição no Paraná envolve mais de 8 milhões de eleitores, 120 mil pessoas trabalhando no pleito como mesários e outras funções, e cerca de 30 mil candidatos a vereador e prefeito.
“Na verdade, nenhum de nós vivenciamos uma situação semelhante a essa”, reconhece o magistrado. “O TRE do Paraná historicamente quando terminava uma eleição, quinze dias depois marcava uma reunião chamada ‘prepara’ que reunia todos os servidores da Justiça Eleitoral paranaense, para discutir o que deu certo, o que teve uma falha para se corrigir. E foi feito essa reunião em novembro de 2018, logo após às últimas eleições. Ocorre que todo aquele preparo nosso, nesse ano surge a pandemia, e a gente teve que se readequar totalmente. Tudo é uma experiência nova”, relata ele.
Além da suspensão do uso da biometria para a identificação dos eleitores já determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral, o TRE paranaense já definiu algumas medidas para garantir a segurança da votação, como como a organização de filas com distanciamento de pelo menos um metro e meio entre os eleitores, e a distribuição de máscaras, luvas e álcool gel para os mesários.
O tribunal aguarda ainda a edição de uma cartilha pelo TSE com os protocolos que devem ser adotados nos dias de votação. “Como é uma eleição municipal tem muito da realidade local. Cada juiz das 186 zonas. Felizmente, boa parte dos nossos servidores, fizeram concursos regionalizados. Isso ajudou bastante”, explica o desembargador.
O cuidado chega a detalhes aparentemente pequenos, como a orientação para que os eleitores, preferencialmente, levem suas próprias canetas no dia da votação. “Isso ajuda. Tem coisas que a gente vai deixar para a última semana, últimos 15 dias antes da eleição. Porque se começa a divulgar agora o eleitor acaba esquecendo. Essa é um dos casos. Incentivar os eleitores a cada um levar a sua caneta. Mas, de qualquer forma, vai ter o álcool gel. A logística está sendo montada”, afirma.
Simulação – Para garantir que tudo esteja planejado antecipadamente, o TRE já promoveu, por exemplo, uma simulação da votação. “Nós levamos em consideração cada segundo que consegue-se economizar para que o eleitor permaneça o menor tempo possível na sala de votação”, diz Tito de Paula. “A cada dez segundos que você consegue ganhar de tempo por eleitor, quando se multiplica por 400 eleitores, você tem uma hora de ganho para agilizar a votação”, detalha ele.