quarta-feira, 13 de maio de 2020

Professores protestam na frente da Prefeitura de Curitiba contra 'corte de salário'



A semana começou com mobilização em frente à Prefeitura de Curitiba para reivindicar que a Prefeitura de Curitiba renove os contratos cancelados e evite que 600 professores e suas famílias tenham que sobreviver com metade do salário em meio à grave crise sanitária e econômica que estamos vivendo.
Para evitar aglomerações e não colocar ninguém em risco, o ato seguiu as recomendações de distanciamento necessárias para evitar a propagação da Covid-19. Quem não pode sair de casa enviou seu o jaleco como forma de mostrar que também foi atingido e está junto na luta pela renovação dos contratos. Todos os jalecos recebidos foram pendurados em um varal em frente à Prefeitura.
Cerca de 600 professoras e professores municipais de Curitiba tiveram seus salários reduzidos pela metade devido ao corte do Regime Integral de Trabalho (RIT), um contrato de substituição por meio do qual os profissionais do magistério dobram sua carga horária para substituir um colega afastado temporariamente, para uma licença-maternidade, por exemplo.
O corte, segundo o Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac), a suspensão de contratos desconsidera o fato de que muitas professoras e professores da rede são os principais responsáveis pela renda familiar, especialmente agora em meio a um cenário de aumento das demissões e cortes de salário na iniciativa privada. Além disso, desconsidera que o RIT também é usado cobrir a falta de profissionais e que por isso muitos contratos se estendem ao longo do ano, o que faz com que esse pagamento seja parte importante do orçamento doméstico.
Segundo a assessoria da Secretaria Municipal de Educação, o pagamento do Regime Integral de Trabalho (RIT) é utilizado para remunerar o tempo dedicado a atividades ligadas à grade curricular dos alunos. "Mesmo com a suspensão das aulas em decorrência do coronavírus, cerca de 80% dos professores que recebem o benefício continuam desenvolvendo essas atividades (à distância) e, portanto, mantendo essa remuneração. Eles somam 2,1 mil professores. Para profissionais cuja atividade foi reduzida (cerca de 600), o pagamento da RIT não encontra amparo legal para ser pago. "A prefeitura reforça que nenhum pagamento regular de salários foi suspenso e que vem mantendo todo o salário dos servidores rigorosamente em dia", diz ainda nota da assessoria.