sábado, 16 de maio de 2020

Curitibana vai a balada em Prudentópolis e diz que pegou coronavírus lá; prefeitura se defende

A balada em Prudentópolis: à margem da fiscalização

Uma jovem curitibana postou um vídeo nas redes sociais afirmando que pegou coronavírus em Prundentópolis (região central do Paraná) e causou polêmica. Primeiro, porque ela diz que pegou o vírus por lá – ela esteve em uma balada ocorrida na cidade no último fim de semana. Segundo, porque Prudentópolis não tem, pelo menos oficialmente, casos de Covid-19. Consequentemente, a jovem foi acusada de disseminar o coronavírus na cidade.
A mulher admite ter participado da balada, que reuniu cerca de 150 pessoas. Na quinta-feira  (14), ela postou uma série de vídeos em seu Stories do Instagram e explicou a situação. “As pessoas estão falando que levei daqui de Curitiba. Só que já estava lá há um mês e meio. Cheguei aqui (Curitiba) na segunda à noite. Fiz exame na quarta-feira (13)” disse ela. “Não esperava que desse positivo. Estava fazendo exames de rotina”.
No vídeo, a jovem falou da questão dos reagentes usados no exame, que ajudam a detectar quando a pessoa foi infectada. “Não esperava por isso. Ontem (quarta) fiquei sabendo que deu reagente no IGM. Isso quer dizer que peguei já em Prudentópolis. Se não, tinha que dar o IGG”, afirmou.
A moça ainda fez um apelo: “Quem teve contato comigo, que fique em isolamento. Vou ficar em isolamento por 14 dias”.
Em nota divulgada nesta sexta-feira (15), a Prefeitura de Prudentópolis se posicionou sobre o caso. “O suposto caso 19 manifestado, por não ter sido testado dentro da estrutura oficial, e ter sido realizado em laboratório particular em outro município, não integrará as estatísticas oficiais do Estado e não constará do boletim oficial até que ocorra uma eventual confirmação ou descarte por meio de exame oficial”, diz a nota.
A prefeitura ainda afirmou que as pessoas que tiveram contato com a jovem estão sendo monitoradas e notificadas para quarentena obrigatória, em isolamento domiciliar por 14 dias. Isso valeria para todos os que estiveram na festa. A nota diz ainda que o maior número de pessoas possível, dentro do círculo mais próximo da suposta infectada, vão se submeter a testes de Covid-19.
Sobre a balada, a prefeitura disse que se tratava de uma festa particular, em propriedade privada, que estava à margem da fiscalização por não se tratar de estabelecimento comercial regular.
A Polícia Civil vai investigar o caso. O fato de haver uma aglomeração em meio à pandemia já pode ser considerado crime contra a saúde pública.