segunda-feira, 18 de maio de 2020

À OMS, interino da Saúde diz atuar com "base em evidências"

O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello

O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta segunda-feira, em discurso por videoconferência na 73ª Assembleia Mundial da Saúde, que o Brasil está ajustando os protocolos de combate ao covid-19 "com base em evidências", embora não tenha feito qualquer referência no rápido pronunciamento de 2 minutos sobre o rápido avanço em termos de infectados e mortos da doença no país.,

"O governo federal conduz avaliações diárias das situações de risco em cada localidade, reforçando Estados e municípios com os recursos necessários, financeiros, materiais e pessoal, para mitigar os efeitos da pandemia", disse ele no evento da Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Além disso, o Ministério da Saúde vem ajustando seus protocolos com base em evidências e nas experiências exitosas nacionais e internacionais dos lugares mais afetados", completou.

No discurso, não há qualquer referência expressa à decisão do Ministério da Saúde --logo após a demissão na sexta-feira do ministro Nelson Teich-- de avaliar o uso da cloroquina no tratamento de pacientes leves acometidos pela Covid-19. Essa eventual adoção desse medicamento é contestada por especialistas diante da falta de evidências claras de eficácia.

Pazuello também não fez qualquer menção a medidas de isolamento social. Disse que o Brasil, por ser um país de "dimensões continentais e com características diversas", tem estabelecido estratégias adequadas a cada região, através do "diálogo entre os três entes federativos, com foco atual na região Norte-Nordeste do país, que são as regiões mais afetadas até o momento".

Apesar das declarações do ministro interino, o presidente Jair Bolsonaro tem entrado em atrito constantes com governadores e criticado duramente as medidas de isolamento social adotadas por governantes locais para frear a propagação do vírus. Bolsonaro, que tem participado de manifestações em que pessoas se aglomeram contrariando as orientações de saúde, já minimizou a Covid-19, classificando-a de "gripezinha".