sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Bancos mantêm trajetória de aumento da rentabilidade, diz Banco Central

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Os bancos mantiveram a trajetória de aumento da rentabilidade no primeiro semestre de 2019, mas com sinais de desaceleração. Essa é a conclusão do Relatório de Estabilidade Financeiras, divulgado hoje (10) pelo Banco Central (BC).
O Retorno sobre o Patrimônio Líquido, indicador que mede a rentabilidade do dinheiro investido pelos acionistas do sistema bancário, alcançou 15,8%, em junho deste ano, com aumento de 1 ponto percentual em relação a dezembro de 2018 (14,8%). Em junho de 2018, esse indicador estava em 14,3%.
No caso dos bancos públicos, o indicador chegou a 14,3 % no final do último semestre. Já os bancos privados tiveram um índice maior: 16,5%.
Segundo o relatório, os acréscimos recentes no nível de rentabilidade do sistema bancário foram influenciados pela retomada gradual no crescimento do crédito, acompanhado de maior participação de pessoas físicas e pequenas e médias empresas. Com essa alteração na composição da carteira de crédito dos bancos, aumentou o lucro porque o spread (diferença entre taxa de captação de recursos e os juros cobrados dos clientes) é maior nessas operações quando comparado ao crédito para grandes empresas. “Além disso, o controle de despesas administrativas foi relevante para os bancos públicos no semestre”, diz o BC.

Receitas de serviços

De acordo com o relatório, “as receitas com serviços mantiveram crescimento em relação ao semestre anterior, contando ainda com incremento em rendas de tarifas bancárias relacionadas a pacote de serviços e outras tarifas vinculadas a movimentações de recursos”. No entanto, acrescentou o BC, esse crescimento demonstrou desaceleração em relação aos últimos semestres, com estabilização das receitas com cartões no 1º semestre de 2019 e desaceleração do aumento das rendas provenientes de administração de fundos. “O menor crescimento do volume dos recursos administrados foi relevante nessa desaceleração”, acrescentou.
Porém, diz o Banco Central, a cobertura de despesas administrativas por receitas de serviços evoluiu de forma negativa no semestre. Houve aumento de 2,8% das despesas administrativas acumuladas em 12 meses, entre dezembro de 2018 e junho de 2019, perante o crescimento de 2% das receitas de serviços. “Após um período de ganhos de eficiência operacional do sistema bancário, decorrentes das políticas de contenção de custos e das reestruturações administrativas, no 1º semestre do ano essa evolução foi pressionada pela estabilização de grupos de receitas de serviços que mantinham evolução positiva relevante nos últimos dois anos”, destaca o relatório.