quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Assassino de Rachel Genofre comete crimes há 31 anos; foram pelo menos seis estupros de crianças



Em entrevista coletiva, nesta quarta (23), o delegado da Polícia Civil Marcos Fontes afirmou que o suspeito de matar a menina Rachel Maria Lobo Oliveira Genofre, Carlos Eduardo dos Santos, de 52 anos, comete crimes há pelo menos 31 anos no Paraná, Santa Catarina e São Paulo. O primeiro deles, um abuso sexual contra uma menina de apenas 4 anos, foi em julho de 1985 em Sâo Vicente, em São Paulo. O último crime, segundo as investigações, foi um estelionato, em 2016. Em todos os crimes, Santos usou de mentiras, inclusive identidades falsas  para ludibriar as vítimas, fossem de abuso sexual, roubo ou estelionato. Foram pelo menos seis estupros, todas contra crianças entre 4 e 4 anos. A Polícia já pediu ao Instituto de Criminalística uma análise sobre um possível transtorno de personalidade. Independente do laudo, o delegado esclareceu que Santos será indiciado por homicídio triplamente qualificado por meio cruel e atentado violento ao pudor. "Que ele é autor do crime não há dúvidas, já que o teste genético é 100% seguro. Estamos agora montando a história do assassinato de Rachel e entre o primeiro e segundo depoimento de Santos foram muitas diferenças e muitas coisas que não conseguimos confirmar. Ele é um monstro e que usa da mentira para ludibriar", disse o delegado Fontes. O suspeito, que estava preso em Sorocaba desde 2016 para cumprir pena de 22 anos por outros crimes, já está em Curitiba e deve ser transferido para a Casa de Custódia. 
"Nós não temos ainda todas as informações pra saber as penas dos outros crimes e porque ele foi solto. Só sabemos que alguns foram desqualificados e em outros ele foi até absolvido. Estamos aguardando as informações de São Paulo. ", disse a delegada Camila Cecconello. Santos é suspeito de ter praticado, em média, 17 crimes de estelionato e um roubo. E quando era descoberto, fugia para outra cidade. Segundo Camila, ele conseguia se inserir nas comunidades se apresentando ao líder religioso do local. Com mentiras, ele conseguia emprego, ás vezes como advogado, previdenciário ou criminalista, e às vezes como missionário. Teve várias mulheres e alguns filhos. "Para essas mulheres. no começo ele parecia um homem perfeito, boa, até que começava a ser descoberto. Daí ele ficava violento. No relato de uma das companheiras, ela disse que só descobriu quem Santos era de verdade quando foi surpreendida pela polícia após ele abusar da menina de 4 anos que a mulher cuidava, em São Paulo", contou a delegada. Ela também pontuou que o suspeito sempre fugia de uma cidade para outra. "Estamos lidando com um mentiroso, depois que mostramos que o que ele falou no primeiro depoimento, ainda em São Paulo, era mentira, ele inventou outra versão".
Dúvidas sobre o local do assassinato
Uma das dúvidas da polícia é sobre o local onde a menina Rachel foi morta. Ao contrário do que Santos afirmou no primeiro depoimento, ela não foi morta em uma pensão na Rua Alferes Poli, no Centro de Curitiba, porque ele já não estava mais hospedado lá. No segundo depoimento, então, ele disse que depois de abordar Rachel, após a observar um dia antes, a levou de ônibus para um kitinete no bairro Afonso Pena, em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. O suspeito não lembra onde fica o local e nem quem era o proprietário. "Ele disse que assim que fechou a porta, Rachel entrou em desespero ´fora do comum` e por isso ele segurou a boca da menina e ela teria desmaiado. Foi quando ele a estuprou. Depois ele a colocou na mala embrulhada em sacolas, para caso estivesse viva morresse asfixiada. Santos contou que pegou um ônibus e depois um táxi para chegar à Rodoviária onde deixou a mala e depois seguiu para Guaratuba. Mas tudo isso teremos que averiguar", informou a delegada. A polícia pede ajuda da população na investigação: "Quem souber qualquer coisa sobre Santos pode nos ajudar e muito a criar a linha do tempo do crime e a esclarecer todos os pontos". Santos disse que veio para Curitiba na época do assassinato de Rachel vindo de São Paulo, onde cumpria pena em regime semiaberto. 
O crime
Rachel foi encontrada morta dentro de uma mala na Rodoviária de Curitiba em 2008. Durante todos estes anos o crime parecia insolúvel, até que o cruzamento de dados de bancos genéticos nacionais chegaram até o suspeito.