quarta-feira, 23 de outubro de 2019

PSL deve destituir do diretório de MG ministro do Turismo enrolado na PF

Bolsonaro diz faltar ‘substância’ em acusação contra ministro, mas sugere ‘providências’

O deputado Delegado Waldir (PSL-GO) afirmou nesta terça-feira (22) que o partido vai destituir o ministro Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) da presidência do diretório de Minas Gerais. A medida, contudo, terá pouco efeito prático, já que Álvaro Antônio está licenciado do comando do PSL mineiro.
A decisão é uma forma de o partido constranger o presidente Jair Bolsonaro, que manteve o ministro no cargo mesmo depois de ele ter sido indiciado pela Polícia Federal e denunciado pelo Ministério Público sob suspeita de comandar um esquema de candidaturas laranjas pelo PSL, caso revelado pela Folha de S.Paulo.
O esquema de candidaturas laranjas do PSL deu início a atual crise na legenda e tem sido um dos elementos de desgaste entre o grupo de Bivar e o de Bolsonaro, que ameaça deixar o partido.
“Eu acho que está no momento também de fazer a substituição do ministro do Turismo, que é investigado. É o momento do afastamento, de assumir outra pessoa”, afirmou o deputado.
A declaração foi feita por Waldir na chegada de reunião da Executiva do PSL, em Brasília. Rachado, o partido deve discutir a suspensão de 19 integrantes da legenda que são aliados do presidente Jair Bolsonaro.
O encontro será comandado pelo presidente da sigla, o deputado Luciano Bivar (PE), a quem Bolsonaro se referiu recentemente como alguém “queimado para caramba”.
Segundo o deputado goiano, alguns parlamentares já foram notificados pelo conselho. Entre eles, o deputado Major Vitor Hugo (GO), líder do governo na Câmara, que usou sua conta nas redes sociais para dizer que não havia motivo para notificação.
Além de Álvaro Antônio, o partido deve trocar outros diretórios, como Rio de Janeiro e São Paulo, antes comandados por dois filhos do presidente, respectivamente: o senador Flávio Bolsonaro (RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro  (SP).
O encontro deve entrar ainda no debate sobre a disputa pela liderança do PSL na Câmara, que vive uma guerra de listas desde a semana passada.
Na segunda-feira (21), Waldir abriu mão do posto, alegando que o governo havia firmado um acordo para pôr fim ao impasse que separa bivaristas de bolsonaristas.