quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

MP-PR apura suspeitas de irregularidades em clínicas psiquiátricas de Londrina

MP-PR e Gaeco cumpriram mandados de busca e apreensão nesta terça-feira (12) em clínica psiquiátrica de Londrina — Foto: Reprodução/RPC

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) apura suspeitas de irregularidades em duas clínicas psiquiátricas de Londrina, no norte do Paraná. Na manhã desta terça-feira (12) foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão no estabelecimento e na casa dos diretores da unidade e duas medidas cautelares contra os responsáveis.

Inicialmente, o Ministério Público havia informado que os mandados seriam cumpridos em apenas uma clínica, mas, por volta das 15h45, a promotoria detalhou que a operação foi realizada em duas unidades.

Segundo as investigações da Promotoria de Saúde Pública, há indícios de irregularidades em prontuários médicos para receber mais dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS). Umas das suspeitas é de que os diretores adiavam períodos de internações e tratamentos para conseguir mais repasses. Em uma das clínicas investigadas, são atendidos, em média, 200 pacientes por mês na clínica.

O cumprimento das ordens judiciais, nesta terça, teve apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Entre os materiais apreendidos estão computadores, prontuários e outros documentos.

Segundo o promotor do Gaeco Leandro Antunes, são investigados os crimes de falsificação de documentos e estelionato contra o SUS.

“Nós apuramos se ocorreram alterações em prontuários de informações importantes que deveriam constar nesses documentos, referentes a pacientes aqui internados. E também eventuais manobras das clínicas com o intuito de postergar internações e com isso receber valores indevidos do Sistema Único de Saúde”, informou o promotor Leandro.

O casal que dirige uma das clínicas foi afastado do cargo por 60 dias pelo juiz Paulo Cesar Roldão, da 5ª Vara Criminal de Londrina. Os dois não podem se aproximar do estabelecimento.

Os diretores das duas clínicas ainda estão proibidos de frequentar e acessar os prédios, manter contato com funcionários, ex-funcionários e pacientes da clínica e também estão suspensos do exercício da atividade econômica junto às clínicas investigadas.

Além do cumprimento dos mandados, a Vigilância Sanitária vai avaliar as condições da clínica, e o Corpo de Bombeiros fará uma avaliação das questões estruturais do prédio.