quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Cardeais denunciam 'praga da agenda homossexual' na Igreja




Dois cardeais ultraconservadores denunciaram nesta quarta-feira "a praga da agenda homossexual" que assola a Igreja, e exortaram os bispos de todo o mundo convocados nesta quinta-feira pelo Papa ao Vaticano a combater esse fenômeno.
"A praga da agenda homossexual se espalhou dentro da Igreja, fomentada por redes organizadas e protegida por um clima de cumplicidade e silêncio", denunciaram os dois cardeais, o americano Raymond Burke e o alemão Walter Brandmüller.
A denúncia foi feita na véspera da abertura no Vaticano de uma cúpula excepcional de três dias com os presidentes das 114 Conferências Episcopais em todo o mundo para combater a pedofilia dentro da Igreja.
"As raízes desse fenômeno estão, obviamente, nessa atmosfera de materialismo, relativismo e hedonismo, onde a existência de uma lei moral absoluta, isto é, sem exceções, é abertamente discutida", afirmam os cardeais.
Os cardeais consideram que uma "profunda desordem" reina e que "o mundo católico está desorientado".
Os dois, conhecidos por suas posições conservadoras, reconhecem que "o horrível crime do abuso infantil" é grave e acreditam que se espalhou "não tanto pelo clericalismo" e abuso de poder dentro da Igreja, mas por que "se distanciaram da verdade do Evangelho".
O papa Francisco é um dos maiores críticos do clericalismo reinante na igreja, ou seja, a forma desviada como o clero é concebido, como uma casta superior, que atua como um mestre e não como servo.
"Diante deste fenômeno (homossexualidade) os cardeais e bispos mantém silêncio. Vocês também vão manter o silêncio por ocasião da reunião convocada pelo Vaticano em 21 de fevereiro?", lançaram um tom de provocação aos presidentes das conferências episcopais do planeta.
Os dois prelados fazem parte do grupo de quatro cardeais ultraconservadores que criticaram em 2016 o papa Francisco por ter concedido em alguns casos a comunhão aos divorciados que voltaram a se casar.
Em uma carta enviada a Francisco, eles o acusaram de semear confusão dentro da Igreja e exigiram, sem obtê-lo, uma resposta às suas "dúvidas" sobre suas recomendações sobre o assunto da família