quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Presidente da CNI é preso em operação que mobiliza 213 policiais federais e o TCU



A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça (19) a Operação Fantoche, para desarticular organização criminosa voltada a prática de crimes contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos, em seis Estados e no Distrito Federal. Entre os presos na operação está o presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Robson Braga de Andrade.
O esquema de corrupção envolve empresas sob o comando da mesma família, que firmaram convênios com o Ministério do Turismo e as entidades do Sistema S. De acordo com as investigações, as empresas investigadas já teriam recebido cerca de R$ 400 milhões por meio desses contratos firmados de forma contínua e perene, desde o ano de 2002, com um grupo de empresas de um mesmo núcleo familiar.
A operação reúne 213 policiais com o apoio de oito auditores do Tribunal de Contas da União (TCU), para cumprir 40 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão temporária, em Pernambuco, Alagoas, Paraíba, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e no Distrito Federal. As ações se concentram em Pernambuco, com 23 equipes cumprindo 23 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão temporária.
Em Alagoas, onde a PF cumpre dois mandados de busca e um de prisão temporária, duas viaturas estiveram na Casa da Indústria. Um funcionário do setor de Licitações auxilia os agentes nas buscas, enquanto outros funcionários foram impedidos de entrar na sede da entidade da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas, para não atrapalhar a ação policial. E outra equipe deslocou-se até o bairro da Serraria.
A atuação do grupo consistia na utilização de entidades de direito privado, sem fins lucrativos, para justificar celebração de contratos e convênios diretos com o Ministério e Unidades do Sistema S. Tais contratos, em sua maioria, voltados à execução de eventos culturais e de publicidade eram superfaturados e/ou com inexecução parcial. Os recursos decorrentes deles eram posteriormente desviados em favor do núcleo empresarial, por intermédio de empresas de fachada.
As entidades do Sistema S incluem o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Serviço Social do Comércio (Sesc), o Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac). E, em Pernambuco, os alvos são as empresas Alto Impact Entretenimento LTDA; Instituto Origami; Aliança Comunicação e Cultura LTDA; Idea Locação de Estruturas e Iluminação; Ateliê Produções Artísticas e Somar Intermediação e Negócios LTDA.
A Aliança Comunicação deve divulgar nota ainda nesta manhã. (Com informações da Comunicação Social da PF em Pernambuco)