sábado, 23 de fevereiro de 2019

Governador avalia abrir capital de estatais de energia e água no Distrito Federal



O governador Ibaneis Rocha declarou nesta quinta-feira (21), que devido ao alto nível de endividamento, estuda a possibilidade de abrir o capital de duas estatais do Distrito Federal, a Companhia Energética do Distrito Federal (CEB) e da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb).
Segundo Ibaneis as duas empresas estão passando por um momento delicado, onde enfrentam grandes dificuldades financeiras e orçamentárias, e juntas acumulam mais de  R$ 2,5 bilhões em dívidas. “O que temos encontrado é uma dificuldade muito grande dentro dessas empresas. No caso da CEB, por exemplo, os valores de débitos superam R$ 1 bilhão”, afirmou Ibaneis.
Ibaneis destacou que tanto a CEB, como a Caesb, não estão conseguindo cumprir às exigências técnicas dos órgãos reguladores. “Em 2018, a CEB não atingiu os índices da Aneel. Se formos para o segundo ano consecutivo assim, arriscamos perder a concessão da empresa”.
Sendo assim, o governador explicou que a saída pode ser abrir a administração dessas estatais. “Vender alguma parte das ações para recapitalizar a empresa e entregar a administração de forma profissionalizada para quem entende do mercado. Assim manteremos a influência, o controle e a presença do governo, para fazer as ações verdadeiramente de Estado”.
A crise financeira não é um privilégio dessas estatais, de acordo como o chefe do Executivo outras empresas públicas do DF também têm problemas financeiros.
Ibaneis afirmou que somente o BRB está fora de qualquer tipo de mudança administrativa. “É empresa pública superavitária, apesar dos maus investimentos feitos nos últimos tempos. Agora ele está indo bem, com uma administração profissionalizada, não há qualquer risco. As outras estão em estudo”.
Salários de Marajás na CEB
O governador enfatizou que o GDF está realizando um grande esforço para não privatizar a CEB. “Estamos agindo de todas as maneiras para manter em funcionamento. Agora, infelizmente, a cultura que se instalou no DF, principalmente ao longo dos últimos 10 anos, foi a de um consumo interno de suas forças. Vocês sabem que existem servidores que ganham muito, que se aposentam e continuam trabalhando dentro das empresas. Isso é uma cultura que hoje tem que ser solucionada”.
A fala do governador traz à tona “os salários de marajás” no quadro de funcionários da companhia.
Em 2017, durante a gestão de Rodrigo Rollemberg (PSB), veio a público a informação de que, ao menos 10% dos 998 funcionários, da CEB, recebiam salários maiores que a do governador do DF. Em fevereiro daquele ano, um engenheiro eletricista com a função de Coordenador de Gestão do Cadastro Técnico recebeu salário de R$136.951,42.