O Paraná conseguiu reduzir nos últimos anos o número de analfabetos e a taxa de analfabetismo, mas por outro lado o contingente de pessoas sem qualquer instrução voltou a subir no estado em 2022. É o que revela a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua: Educação 2022, divulgada na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a primeira divulgação do módulo após a pandemia, uma vez que a divulgação do suplemento foi suspensa em 2020 e 2021.
Conforme a pesquisa, em 2022 havia 365 mil pessoas com 15 anos ou mais de idade no Paraná que não sabiam ler e escrever, o que significa que a taxa de analfabetismo no estado era de 3,9% no ano passado – inferior à média nacional (de 5,6%) e o sexto melhor resultado de todo o país, atrás apenas de Distrito Federal (1,9%), Rio de Janeiro (2,1%), São Paulo (2,2%), Santa Catarina (2,2%) e Rio Grande do Sul (2,5%).
A taxa de analfabetismo paranaense é a menor da série histórica, iniciada em 2016, com redução de 0,6 pontos porcentuais desde 2018 (quando a proporção de analfabetos chegou a ser de 4,5% entre a população com 15 anos ou mais de idade). Já o número de analfabetos no estado atinge o segundo menor nível da série, atrás apenas de 2016 — quando 359 mil paranaenses não sabiam ler ou escreveOutro dado positivo revelado pelo estudo é que, pela primeira vez, mais de 50% dos paranaenses com 25 anos ou mais de idade no Paraná já haviam concluído a educação básica. Essa proporção chegou a ser de 46,2% em 2016, mas no ano passado já havia subido para 51,7%. O resultado local, contudo, é inferior à média nacional (53,2% dos brasileiros terminaram pelo menos a educação básica obrigatória, ou seja, concluíram no mínimo o ensino médio) e fica apenas na 12ª posição entre as 27 unidades da federação (num ranking liderado pelo Distrito Federal, com 71,3%).
Além disso, também chama a atenção (e gera preocupação) o fato do contingente de pessoas sem qualquer instrução (menos de um ano de estudo) ter crescido entre a população com 25 anos ou mais de idade. Em 2019, 332 mil paranaenses (4,6% da população na faixa etária citada) não havia estudado por pelo menos um ano. Em 2022, já eram 364 mil paranaenses (4,8%). Entre os estados da região Sul e Sudeste, apenas o Espírito Santo possui um resultado pior (5,1%), enquanto no Brasil esse porcentual é de 6%.
Pretos, pardos e idosos lideram situação no País, mostra IBGE
O IBGE divulgou a taxa de analfabetismo que apontou um decréscimo de 2019 para 2022, quando foi feito o levantamento. O número hoje é 5,6% frente ao anterior que apontava 6,1% da população. O Nordeste tinha a taxa mais alta (11,7%) e o Sudeste, a mais baixa (2,9%). No grupo dos idosos (60 anos ou mais) a diferença entre as taxas era ainda maior: 32,5% para o Nordeste e 8,8% para o Sudeste.
Dos números apresentados 7,4% de pessoas negras ou pardas com 15 anos ou mais de idade não sabiam ler ou escrever. Já pessoas brancas o percentual é de 3,4%. Já as pessoas com mais de 60 anos de idade que não sabiam ler ou escrever, brancos representavam 9,3% enquanto pretos e pardos chegavam ao assustador 23,3% de analfabetos.
O ponto positivo no levantamento, ainda tímido, mas para se comemorar é que pela primeira vez, mais da metade (53,2%) da população de 25 anos ou mais havia concluído, pelo menos, a educação básica obrigatória, isto é, possuíam ao menos o ensino médio completo.
O ponto triste destes dados é que, as pessoas de cor preta ou parda representam apenas 47%, enquanto entre as brancas a proporção era de 60,7%. Ou seja, a desigualdade é enorme.
