domingo, 16 de junho de 2019

Levy pede demissão do BNDES após ultimato de Bolsonaro



Após ser alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro ontem (16 de junho), quando o político do PSL disse "estar por aqui" com o chefe do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), afirmando inclusive que ele estaria "com a cabeça a prêmio", o presidente do banco estatal, Joaquim Levy, pediu demissão do cargo.
Em carta enviada ao ministro da Economia, Paulo Guedes, Levy, que foi ministro da Fazenda no início do segundo mandato de Dilma Rousseff (PT), afirmou ter solicitado seu desligamento do BNDES. "Minha expectativa é que ele (Guedes) aceda. Agradeço ao ministro o convite para servir ao país e desejo sucesso nas reformas. Agradeço também, por oportuno, a lealdade, dedicação e determinação da minha diretoria", anunciou Levy.
A saída de Levy do banco de fomento é a primeira baixa na equipe do ministro da Economia e mais uma crise do governo.
Desde que assumiu o cargo, Levy vem tendo divergências com o presidente da República. A resistência por parte de Bolsonaro vem desde o governo de transição, sendo que em novembro de 2018 o presidente disse que, ao aceitar a indicação, precisava "acreditar em Guedes". Assim como o ministro, Levy fez doutorado na Universidade de Chicago - reduto do pensamento econômico liberal.
A polêmica mais recente, contudo, foi a nomeação de Marcos Barbosa Pinto para a diretoria da área de Mercado de Capitai do BNDES, que administra mais de R$ 100 bilhões em investimentos. Bolsonaro exigiu a demissão de Barbosa Pinto, que já havia trabalhado no banco durante o governo Lula. Ainda ontem, o diretor do BNDES também entregou uma carta de renúncia.