quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Laudos da Vale revelam que mineradora conhecia riscos de desastre desde 2017



Os indícios de que a Vale tinha conhecimento dos riscos de rompimento da barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), estão evidenciados em dois relatórios da mineradora, um de 2017 e outro de 2018. A informação documentada pelos relatórios internos da Vale afirma que, desde novembro de 2017, a barragem já tinha uma chance de colapso duas vezes maior que o limite máximo de risco individual tolerável.
Executivos da Vale disseram que não haveria indicação de risco iminente nos relatórios e a barragem estaria “estável”, ao negar as informações de que laudos indicavam que havia risco de rompimento na barragem de Brumadinho, durante entrevista coletiva nesta terça-feira (12).
Mas além do laudo de 2017, exibido em reportagem veiculada hoje pela Rede Globo, a agência de notícias Reuters exibiu outro documento com o alerta de que a barragem estava em “zona de atenção” com duas vezes mais chances de se romper do que nível máximo tolerado pela política de segurança da empresa.
Até ontem (11), ainda havia 155 pessoas desaparecidas e 165 corpos já haviam sido resgatados da lama. E 160 destes foram identificados.
A Vale divulgou nota em que nega a existência de relatório, laudo ou estudo conhecido, qualquer menção a risco de colapso iminente da barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho. “A barragem possuía todos os certificados de estabilidade e seguranças nacionais e internacionais”, diz a nota em que a mineradora reforça que a barragem “estava dentro do limite de risco”. (Com informações da Rede Globo e G1)