terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Júri americano condena o traficante mexicano El Chapo

O traficante mexicano 'El Chapo' é escoltado na chegada ao aeroporto de Long Island, nos EUA, após ser deportado  — Foto: Reuters

O júri que analisa as acusações contra o narcotraficante mexicano Joaquín "El Chapo" Guzmán em Nova York o declarou nesta terça-feira (12) culpado de de todas as 10 acusações que havia contra ele, o que deve levá-lo à prisão perpétua -- a sentença será lida em 25 de junho.

As acusações pelas quais El Chapo foi condenado são as seguintes:

Engajamento em empreendimento criminoso contínuo
Conspiração internacional para produzir e distribuir cocaína, heroína, metanfetamina e maconha
Conspiração para importar cocaína
Conspiração para distribuir cocaína
Distribuição internacional de Cocaína (4 acusações diferentes)
Uso de armas de fogo
Conspiração para lavar dinheiro proveniente de narcóticos

Após o veredicto lido pelo juiz Brian Cogan, na corte federal do Brooklyn, o ex-chefe do cartel de Sinaloa, de 61 anos, cumprimentou sua jovem esposa Emma Coronel.

Coronel, de 29 anos, levantou o polegar da mão direita, cruzou as mãos no peito e beijou-o antes que os policiais retirassem El Chapo rapidamente da sala.
Como foi o julgamento

O júri anônimo analisou o caso por dois meses e meio. A acusação baseou-se principalmente em depoimentos de testemunhas. Os jurados ouviram 200 horas de declarações de 56 testemunhas, incluindo 14 testemunhas cooperantes, em sua maioria traficantes e sócios no cartel de Sinaloa. A defesa afirmou se tratavam de mentirosos em busca de sentenças reduzidas.

Seu especialista em tecnologia, um colombiano chamado Christian Rodriguez, testemunhou contra ele no julgamento e deu às autoridades americanas o acesso a mensagens de texto e conversas por telefone celular que o traficante tinha com comparsas do cartel, amigos e esposa.

El Chapo recusou-se a testemunhar em defesa própria. Seus advogados passaram menos de meia hora interrogando uma testemunha. Em seu argumento de encerramento, o advogado de defesa Jeffrey Lichtman alegou que Chapo nunca foi um verdadeiro líder de poder no Cartel de Sinaloa, e sim apenas um braço-direito de seu parceiro Ismael "El Mayo" Zambada.