terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Deputado quer CPI para investigar causas de fissuras e tremores em Maceió



O deputado Francisco Tenório (PMN-AL) demostrou estar disposto a instalar na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as causas da situação de risco de maceioenses, agravada há um ano por tremores de terra que ampliaram fissuras no solo e em imóveis do bairro do Pinheiro, na capital alagoana. Além de questões naturais e de saneamento e abastecimento de água no bairro, a mineração de sal-gema explorada na região pela Braskem é listada por especialistas como uma das possíveis causas do problema.
Durante a sessão da última quinta-feira (8), o parlamentar que é delegado aposentado disse que o termômetro para a decisão de abrir ou não uma CPI será no dia próximo dia 22, quando haverá uma sessão especial na ALE, que tratará do fenômeno estudado por técnicos do Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
Ainda não há um diagnóstico, após quase um ano desde o primeiro tremor que ampliou o problema. E o presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) chegou a atribuir o problema à mineração realizada pela Braskem há décadas, com poços de extração no bairro e em seu entorno.
“Diante do que for colocado, se sentir necessidade, não tenham dúvidas de que irei propor uma CPI. Desde esse período até agora não temos um diagnóstico, mas ainda assim existem áreas consideradas de risco, tanto que aparece como área vermelha e outras de médio e baixo risco. Qual o critério para isso? Então existem indícios de que há algo sério que ainda não foi revelado”, disse Francisco Tenório ao jornalista Marcos Rodrigues da Gazeta de Alagoas.
O deputado disse não acreditar ser recomendável que se utilize um diagnóstico feito por técnicos da Braskem, que nega ser responsável pelo problema e contribui com estudos para identificar as causas das fissuras e possíveis soluções para o bairro do Pinheiro.
Para Francisco Tenório, a presença de uma comissão especial de parlamentares acompanhando o caso e uma futura investigação podem contribuir. E também sugere que a Petrobras tenha técnicos convocados a estudar o solo do Pinheiro, por avaliar que a experiência em localizar petróleo a altas profundidades marinhas indica que tenham tecnologia capaz de ajudar no diagnóstico.
Evacuação iminente
Na última semana, pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil iniciaram uma nova etapa de trabalho para investigar se há cavernas e identificar falhas no subsolo no bairro. Os métodos geofísicos utilizados são a gravimetria e audiomagnetotelúrico. E houve a orientação de que os moradores das áreas de risco deixassem seus imóveis em caso de chuvas torrenciais.
“Esses dois métodos vão investigar até 1.500m de profundidade. Através desses métodos, vamos saber se há cavernas e, inclusive, identificar estruturas geológicas e falhas”, explicou Thales Sampaio que coordena os estudos pelo Serviço Geológico do Brasil. (Com informações da Gazeta de Alagoas)