segunda-feira, 5 de novembro de 2018

MPF pede condenação de Jorge Picciani, Paulo Melo e Albertassi, na Cadeia Velha



O Ministério Público Federal (MPF) formalizou alegações finais no processo da Operação Cadeia Velha, em que pede a condenação dos deputados estaduais Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do MDB e acusados de um esquema de corrupção na Assembleia Legislativa do Rio. .
Picciani, Melo e Albertassi são apontados pelos procuradores como integrantes do núcleo político da organização criminosa que se uniu a empresários para utilizar seus cargos para enriquecer pessoalmente e se fortalecer politicamente, em troca de vantagens ilegais ou blindagem de interesses de setores da economia.
O MPF relembra que Edson Albertassi foi indicado ao cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, em novembro do ano passado, na vaga de um ex-conselheiro que delatou um esquema de corrupção no tribunal, Jonas Lopes. À época outros indicados teriam desistido de concorrer por sofrer pressões. E o Psol conseguiu uma liminar na Justiça para evitar a indicação, também alvo de ação da Associação Nacional dos Ministros e Conselheiros-substitutos dos Tribunais de Contas.

Edson Albertassi é acusado pelo MPF de tentar reverter a decisão judicial através de contatos com integrantes do Ministério Público e da Justiça, bem como junto ao governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB). A conversa ocorreu na pouco antes da Operação Cadeia Velha e foi interceptada há um ano.
Na conversa, Albertassi diz que a desembargadora responsável deu 72 horas para manifestações sobre a ação da associação. E Pezão então pergunta sobre a desembargadora: “quem é essa mulher?”. E Albertassi responde: “Maria Inês Galvão”. E os dois afirmam que não a conhecem. O nome correto da desembargadora é Maria Inês Gaspar.
A investigação também mostra outra ligação em que o grupo tenta influenciar votações na Alerj. No diálogo o presidente da Alerj, Jorge Picciani, conversa com o deputado estadual Bruno Dauaire, logo depois de o Tribunal Regional Federal da 2ª Região decretar a prisão de Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, em 16 de novembro de 2017. E Picciani pede a Dauaire que vote contra a manutenção das prisões, na sessão da Alerj convocada para o dia seguinte, às 15h.