O ex-diretor do Instituto de Criminalística de Londrina, no norte do Paraná, Daniel Felipetto, foi condenado à perda do cargo e a multa de R$ 226 mil por enriquecimento ilícito.
A decisão é da 1ª Vara da Fazenda Pública, Leonardo Delfino César, e cabe recurso. A defesa de Felipetto não foi encontrada para se manifestar sobre a decisão.
A sentença é resultado de uma operação do Ministério Público do Paraná (MP-PR). Denúncias apontaram que ele teria comprometido investigações.
Levantamento da promotoria, realizado em um período de 10 anos, identificou 42 inquéritos em que Felipetto teria engavetado e atrasado perícias pedidas pela polícia. Eram investigações de mortes, fraudes em documentos e adulterações de veículos.
Para o MP-PR, Felipetto manteve dolosamente, ou seja, de forma intencional, documentos e objetos pendentes de realização de perícia no interior da sala da criminalística de Londrina.
Enquanto isto, teria usado a sala pública para elaboração de laudos periciais de natureza privada. Segundo a promotoria, Felipetto recebia por serviços particulares.
Em 2017, o MP-PR denunciou criminalmente o perito por enriquecimento ilícito.
A Justiça entendeu que as condutas de Felipetto são graves e altamente reprováveis. Ele usou a estrutura do Instituto e do seu horário de expediente como perito oficial para praticar atos de natureza privada, obtendo vantagem patrimonial indevida às custas do patrimônio público.
Por isto, foi condenado à perda do cargo de perito, à suspensão dos direitos políticos por três anos e ao pagamento de multa equivalente a 10 vezes o salário. Segundo o Portal da Transparência, por mês ele recebe R$ 22,6 mil.
Felipetto é réu ainda em outras ações de improbidade e criminais, que ainda não foram julgadas. Depois de deixar a chefia de Londrina, em 2013, o perito assumiu uma diretoria do Instituto de Criminalística em Curitiba. Em março de 2017 foi afastado do cargo de chefia pela Secretaria de Segurança.
