quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Lulinha e sócios planejavam documentário de R$ 10 milhões sobre Lula; documentos apreendidos mostram projetos para tentar reconstruir imagem, entre eles, até criação de time de futebol



A Polícia Federal já descobriu que Fábio Luis Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, faturou 172 milhões de reais de duas operadoras de telefonia durante o período em que o PT esteve no governo. Ex-tratador de animais do zoológico, Lulinha, como é conhecido, se transformou num empresário de sucesso. Descobre-se agora que, mesmo depois da operação Lava-Jato, ele tinha planos ambiciosos para promover a imagem do pai corrupto e ainda ganhar algum dinheiro com isso. A primeira etapa seria a produção de um documentário. A segunda parte seria a criação de um time de futebol – o Marti Soccer Club. O clube-empresa teria a estrela do PT no ombro e nome fantasia “Che Sport Club”, uma referência ao guerrilheiro Che Guevara.

Em dezembro, a PF realizou buscas nas empresas de Fábio e de seus sócios Fernando Khalil, Kalil Bittar e Jonas Suassuna. Lá, foram apreendidos centenas de documentos. Na sede da Bitt Business, empresa de Kalil Bittar que fica em Campinas, os agentes encontraram uma fatura de locação de equipamentos cinematográficos, datada de 2011, no valor de 95 mil reais em nome da Editora Gol, de Jonas Suassuna. Os equipamentos seriam utilizados na “finalização do documentário ‘Lula’”. A Lava-Jato, ao que tudo indica, adiou os planos cinematográficos da turma, retomados no fim do ano passado, após a libertação do ex-presidente.

As anotações apreendidas mostram que o documentário ganhou novo roteiro e novos personagens: “Novos Inimigos”, “Moro não vive/Bolsonaro Partido”, “80 tiros/Queiroz”, “100 Dias Família J.B.”, “Autocrítica-PT, Força”, “PT/Corrupção”, “Sítio”, “Autocrítica/Elite”, “BNDES”, “Lula Paz e Amor”, “D.D. Mentiroso”, “Fake News”, “Debate Moro e DD”, “Globo”, “Venezuela”,, “PT F. Dino, Boulos, Haddad”, “Palocci” e “Agradecimento Internacional”.

Trecho do roteiro encontrado pela Polícia Federal na casa de sócio de Lulinha Reprodução/Reprodução

Também na casa de Kalil Bittar, outros papéis anotados à mão dão pistas do que seria o tal documentário. Há anotações sobre a “Equipe PR Instituto”, ao lado de e-mails com os nomes associados à produção do filme, como “apoio.nucleoexpr@hotmail.com” e “basefilmes@outlook.com”, seguido de um cálculo em que 25 vezes 400 mil é igual a 10 milhões. Em outra folha, aparece um organograma do PT seguido de Lula e dos responsáveis por coordenar redes sociais do ex-presidente no Instagram, Facebook e Twitter.

Na casa de Bittar também foi encontrado um organograma do que seria uma página na internet sobre o ex-presidente: “www.Lulinha.com.br”, que seria para vender produtos relacionados a Lula, como “T-Shirts” e canecas. Esta página ficaria hospedada no portal de uma das empresas dos três sócios e lá seria disponibilizada uma base de fotos e o “legado” do ex-presidente. Há também um “Projeto Agência Nacional”, que inclui a criação de uma revista e uma plataforma digital, também com material fotográfico relacionado a Lula.

Há uma curiosa página “Confidencial”, com vários itens enumerados a respeito das eleições para prefeito em São Paulo, com anotações como: “Eleições – só PT”, “Vagner Freitas – Pres. Cut Nacional”, “Candidato Prefeito SP”, “Gilmar Tato 1%”, “Carlos Zarattini 12%” e “Haddad 23%”. As anotações de Kalil Bittar são quase sempre seguidas de grandes cifras em dinheiro. Em uma fatura de 2016, de fornecimento de gás, ele faz a mão várias anotações sobre o que seria um projeto envolvendo transmissão de imagens. Ao final, escreve: “Atibaia… 22 milhões”. O famoso sítio de Atibaia, que gerou uma condenação de 12 anos e onze meses de prisão ao ex-presidente Lula por crime de corrupção, está em nome de Fernando Kalil e Jonas Suassuna.

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