quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Secretaria de Saúde descarta um dos casos suspeitos de coronavírus em Curitiba; um caso ainda aguarda confirmação

Paciente com suspeita de coronavírus está internada, em isolamentos, no Hospital de Clínicas em Curitiba

Um dos dois casos suspeitos de coronavírus no Paraná foi descartado nesta manhã de quarta-feira, 29, pela Secretaria de Saúde do Paraná. O caso era um dos 3 suspeitos monitorados pelo Ministério da Saúde em todo o país, que já foi notificado. "Tratava-se de um vírus da Influenza B detectado no exame realizado", afirmou o secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, em entrevista à RPC, no jornal Bom Dia Paraná, exibido pela manhã. O paciente segue internado em isolamento no o Hospital Santa Cruz, em observação.

O secretário de Estado da Saúde do Paraná disse que o outro caso no estado está sendo investigado, mas esse ainda não é considerado suspeito pelo Ministério da Saúde. Um segundo caso chegou pelo serviço móvel de urgência em uma das unidades de pronto atendimento de Curitiba, no bairro do Boqueirão. A suspeita é uma mulher de 23 anos, que esteve na China nos últimos dias, que foi encaminhada para o Hospital de Clínicas onde aguarda confirmação. Ela está em isolamento.

Curitiba é uma das três cidades brasileiras com casos suspeitos de coronavírus. Ontem, pela manhã, foi confirmada a primeira suspeita de uma paciente de Belo Horizonte (MG). No começo da noite o Ministério informou que foram notificados, até às 17 horas, outros dois casos suspeitos, em Curitiba e Porto Alegre (RS). E já no meio da noite, as secretarias de saúde do Paraná e de Curitiba confirmaram um segundo caso suspeito na Capital.

Segundo a Sesa, o caso descartado era de um homem de 29 anos. O homem veio à Curitiba a trabalho e procurou assistência médica em um hospital privado e segue internado. A mulher é moradora de Curitiba, foi até uma Unidade de Pronto Atendimento e encaminhada para internamento no Hospital das Clínicas. Os dois viajaram à China nos últimos dias e estão em monitoramento.

Os pacientes se enquadraram na atual definição de caso suspeito para nCoV-2019 (o novo coronavírus), estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ou seja, apresentaram febre e, pelo menos um sinal ou sintoma respiratório, e viajaram para área de transmissão local nos últimos 14 dias.

As duas secretarias informam que o Paraná não é considerada região em nível elevado de contaminação.

A OMS aumentou o nível de alerta para alto em relação ao risco global do novo coronavírus, por isso, o Ministério da Saúde orienta que viagens para a China devem ser realizadas em casos de extrema necessidade. Com quase três mil casos confirmados e 100 mortes, segundo o boletim da OMS de segunda-feira, todo o território chinês passa a ser considerado área de transmissão ativa da doença.

Desde a última sexta-feira a Secretaria de Estado da Saúde vem adotando medidas de prevenção e cuidados para controle do Novo Coronavírus no Paraná, assim como a Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba.

Barreira
Mais cedo, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, falou sobre a doença e as medidas a serem adotadas no País. “O que muda é o grau de vigilância nessa fase. Aumenta a nossa vigilância de portos e aeroportos, triagem de pacientes, o uso de determinado equipamentos de proteção, mas o nosso foco principal nesta fase é a vigilância”, disse.

“Nessa fase a gente tem um olhar com muito mais atenção para dentro do país, para identificar se o vírus está circulando em território nacional, e outro [olhar] muito presente em informações técnicas e científicas a respeito do comportamento do vírus”, disse Mandetta.
Com estes casos de coronavírus no País o ministério elevou o nível de atenção para alerta de perigo iminente para a presença do vírus no país.

Coletiva
Na manhã de hoje, às 10 horas, a secretária da Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, o secretário estadual da Saúde, Beto Preto, e representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, explicam a situação de casos suspeitos na Capital.

Sintomas da coronavírus
Os sintomas podem parecer como o de uma gripe ou resfriado comum, o que dificulta o diagnóstico, por isso, é importante que quem esteve em viagem recente para a região de início de circulação do vírus, a China, comunique aos profissionais de saúde
“Informar a possibilidade de exposição ao vírus é fundamental para a avaliação do caso, uma vez que são sintomas semelhantes a outras doenças respiratórias”, explica o diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Alcides Oliveira
Os sinais comuns da infecção incluem sintomas respiratórios, febre, tosse e dificuldade para respirar. Nos casos mais severos, a infecção pode evoluir para pneumonia, síndrome respiratória aguda grave e até óbito
Segundo autoridades chinesas, muitos dos pacientes diagnosticados inicialmente tiveram alguma ligação com um grande mercado de frutos do mar e animais vivos, sugerindo disseminação de animais para pessoas
Mas com a crescente confirmação de casos, conclui-se que a transmissão agora é de pessoa para pessoa. O coronavírus pode ser transmitido de forma semelhante à influenza ou outros vírus respiratórios, pelas gotículas respiratórias, por tosses e espirros em curta distância, ou contato com objetos contaminados pelo vírus
Não há tratamento antiviral específico recomendado para a infecção 2019-nCoV. As pessoas infectadas com 2019-nCoV devem receber cuidados de suporte para ajudar a aliviar os sintomas
Confira dicas de prevenção (que são as mesmas para a influenza)
Lavar as mãos com frequência, ou utilizar álcool 70%, principalmente antes de consumir algum alimento
Utilizar lenço descartável para higiene nasal
Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir
Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca, higienizar as mãos após tossir ou espirrar
Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas
Manter ambientes bem ventilados, evitar contato próximo com pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença
Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações
Pessoas com sintomas de infecção respiratória aguda devem praticar etiqueta respiratória (cobrir a boca e nariz ao tossir e espirrar, preferencialmente com lenços descartáveis e após lavar as mãos)