O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia(DEM-RJ), acusou o governo Jair Bolsonaro e o ministro da Economia,Paulo Guedes , de criarem crises desnecessárias e voltou a defender que, apesar do Palácio do Planalto, o Congresso aprovará a reforma da Previdência .
O governo virou uma usina de crise permanentes que não atingirá a Câmara dos Deputados — disse Maia em entrevista concedida nesta tarde na capital paulista.
Segundo o deputado, o chefe da equipe econômica de Bolsonaro tem uma visão distrocida do que é diálogo e democracia.
— A aprovação da reforma no primeiro semestre está mantida. Estamos blindados de crises, não chega ao Parlamento — afirmou.
Mais cedo, no Rio, o ministro da Economia, Paulo Guedes, fez duras críticas ao parecer do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), relator dareforma da Previdência na Comissão Especial da Câmara. Guedes afirmou que as mudanças feita pelo relator, a partir das sugestões apresentadas pelos deputados, obrigarão o país a fazer uma nova reforma da Previdência dentro de quatro a cinco anos.
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Maia lamentou que Paulo Guedes, de quem é aliado desde o período eleitoral e com o qual vem negociando várias medidas, tenha deixado de lado o espírito conciliador após ter sua proposta de reforma modificada pela Câmara.
Pela primeira vez o bombeiro é a Câmara. O ministro da Economia é sempre o que gera mais tranquilidade, dessa vez não — afirmou Maia que destacou que esperar aprovar um texto que gere uma economia de até R$ 900 bilhões em dez anos.
Incisivo, o presidente da Câmara afirmou que os deputados estão comprometidos com a reforma da Previdência e trabalhou para concluir com celeridade uma proposta, que foi negociada e pactuada:
Maia disse ainda que pediu para diversos deputados estarem presentes no Congresso no final do mês para votar o texto do relator da reforma da Previdência na Comissão Especial até o dia 26 de junho.
— Queremos que ela seja votada no dia 25 ou 26 de junho e vamos deixá-la pronta para o plenário.
Maia também rebateu a crítica de Guedes sobre a regra de transição dos servidores apresentada no texto do relator. O deputado disse que o ministro assinou uma proposta benéfica para os militares em relação ao conjunto da sociedade.
O presidente da Câmara chegou a distribuir à imprensa um documento em que o ministro avalizava uma regra regra de transição para os militares, que impedia uma economia estimada em R$ 80 bilhões nos próximos 10 anos.