segunda-feira, 18 de março de 2019

Levy sofre pressão por devolução de R$ 100 bi

O presidente do BNDES, Joaquim Levy

BRASÍLIA - Como ministro de Dilma, Joaquim Levy tentou emplacar austeridade numa administração que gastava o que não tinha. Tentou tanto que caiu. O plano malogrado incluía cobrar do BNDES dinheiro de volta. Para os petistas, Levy era liberal demais. Agora, à frente do banco num governo que tem Paulo Guedes como czar da economia, Levy parece, para muitos na gestão Bolsonaro, liberal de menos. Parte da equipe econômica reclama, sob reserva, que Levy parece não querer mandar tanto dinheiro de volta assim.

Nem Guedes disfarça. "Não sei se ele quer, mas vai ter de devolver", disse ao Estado em sua primeira entrevista exclusiva à imprensa nacional, reafirmando ali que espera ver a remessa ao Tesouro de ao menos R$ 50 bilhões até junho. Levy havia dito dias antes que ainda era "cedo" para dizer o quanto o banco devolveria.

Com a declaração, o chefe da Economia do governo Jair Bolsonaro tornava público um embate já em curso no ministério. Após a declaração de Levy de que o valor da devolução não estava definida, Guedes autorizara o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues Júnior, a redigir ofício, exigindo R$ 100 bilhões até o fim do ano.