sexta-feira, 22 de março de 2019

Aplicativo monitora processos que tramitam nas casas legislativas



A democracia só é realmente efetiva quando existe a participação do povo em todos os processos políticos. Dessa forma, a sociedade se torna forte, crítica e menos desigual. Mas você já pensou em como a computação, mais especificamente as ferramentas da área de inteligência artificial, podem se tornar aliadas da democracia, contribuindo para aumentar a participação popular?
Preocupado com a falta de transparência dos processos que tramitam no Congresso Nacional, o pesquisador Danilo Oliveira criou o Sigalei, uma ferramenta de monitoramento legislativo desenvolvida no início de 2015, na versão de aplicativo. Diante dos desafios que surgiram a partir da criação da iniciativa, o empreendedor decidiu desenvolver um projeto de pesquisa para aperfeiçoar a ferramenta. Resultado: em janeiro, com a apresentação do trabalho Compreendendo e prevendo o processo legislativo via ciência de dados, Oliveira conquistou o título de mestre pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos.
No início, o app Sigalei tinha algumas limitações e o monitoramento dos projetos era bastante restrito. Apesar disso, a ideia era tão inédita que ganhou o Prêmio Nacional de Inovação (Inovapps) em 2015, uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
O pesquisador imaginou que “se pudesse facilitar o acesso do cidadão à informação, o engajamento político poderia aumentar”, explica. Dessa forma, a ideia inicial era fazer um aplicativo destinado ao cidadão comum. Entretanto, percebeu que o app era utilizado, na maioria das vezes, por pessoas que estavam em Brasília e em São Paulo. Considerando esse público, o nível de engajamento político já era extremamente alto. É por isso que hoje o Sigalei tem como público-alvo os chamados grupos de pressão (empresas, associações, sindicatos, ONGs e instituições), pois é esse segmento que mais precisa acompanhar automaticamente as atividades do poder público, relata. “Para essas pessoas, seria muito mais fácil quando existe um mecanismo em que você pode encontrar todas as informações do seu interesse em um só lugar, sem que você precise entrar em diversos sites para achar o que procura”, explica.