sábado, 2 de março de 2019

Empresário condenado na Lava Jato deixa a prisão com tornozeleira eletrônica

Ronan Maria Pinto foi condenado, em 2ª instância, por lavagem de dinheiro na Lava Jato — Foto: Joedson Alves/Estadão Conteúdo

Condenado na Operação Lava Jato, o empresário Ronan Maria Pinto – dono do jornal Diário do Grande ABC – deixou a prisão na quinta-feira (28), conforme o Departamento Penitenciário (Depen) do Estado do Paraná.

O empresário estava preso no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, desde maio de 2018. Segundo o Depen, ele deixou o local com tornozeleira eletrônica, por volta das 10h30.

A defesa de Ronan informou que conseguiu que o regime semiaberto harmonizado fosse concedido pela Vara das Execuções Penais de Curitiba ao cliente

Condenado em 2ª instância

Ronan foi condenado em 2ª instância pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre (RS), em março de 2018. O TRF-4 manteve a condenação que havia sido proferida em 1ª instância, de cinco reclusão em regime inicial fechado. Ele foi condenado por lavagem de dinheiro.

Essa ação penal foi um desdobramento do processo que condenou o pecuarista José Carlos Bumlai e dirigentes do Banco Schahin, por empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões concedidos pelo Banco Schahin a Bumlai.

De acordo com os desembargadores, metade do valor foi repassada para a empresa Betin e a outra parte, para a Remar Agenciamento e Assessoria, que repassou quase tudo o que recebeu à empresa Expresso Nova Santo André, com o destinatário final sendo Ronan.

Todas essas transações que envolvem os réus deste processo eram fraudulentas e tinham por objetivo disfarçar o destino do dinheiro, segundo a sentença. Nos autos, não há investigação sobre a motivação do PT para entregar os valores a Ronan.

Porém, o Ministério Público Federal (MPF) levantou a hipótese de uma suposta extorsão praticada por Ronan contra o PT, o que não foi esclarecido e não era o foco da denúncia, relativa ao crime de lavagem de dinheiro.