segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Americanas: bancos vão à Justiça contra suspensão de cobrança de dívida















 A crise na Americanas, deflagrada após a divulgação de “inconsistências contábeis” de cerca de R$ 20 bilhões no balanço financeiro da companhia, terá novos capítulos nesta semana.

Bancos credores da varejista decidiram ir à Justiça para questionar a decisão judicial que suspendeu a cobrança de dívidas da empresa por 30 dias.

Segundo informações do Valor Econômico, o primeiro recurso já teria sido impetrado pelo BTG Pactual, que possui créditos de R$ 1,9 bilhão com a Americanas, mas o pedido foi negado pelo desembargador de plantão, Luiz Roldão Filho. No início da semana, outros bancos devem entrar com ações judiciais.

Em pedido para a 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a varejista obteve o direito de congelar temporariamente o pagamento de suas dívidas e reverter qualquer tentativa de execução de débitos pelos bancos.

O juiz Paulo Assed, responsável pelo processo, concedeu 30 dias para que a Americanas decida se entrará em processo de recuperação judicial, etapa em que as empresas tentam renegociar seus débitos para evitar uma falência. Até lá, ela estará temporariamente protegida de “de qualquer arresto, penhora, sequestro, busca e apreensão e constrição sobre os bens”, segundo a decisão de Assed.

De acordo com o jornal, as instituições financeiras mantiveram contato durante este fim de semana. Até o momento, o objetivo é tentar derrubar a decisão favorável à Americanas. Os bancos também pedirão a abertura de investigação sobre as circunstâncias em que se deu o rombo histórico da varejista, estimado em R$ 20 bilhões.

Segundo o Valor, a Americanas deve aos bancos cerca de R$ 18,5 bilhões. Os maiores credores seriam Bradesco (R$ 4,7 bilhões a receber), Santander (R$ 3,7 bilhões) e Itaú (R$ 3,4 bilhões).

No sábado (14/1), em um comunicado ao mercado por meio da disponibilização da íntegra da decisão judicial, a Americanas informou que a correção das inconsistências contábeis estimadas em R$ 20 bilhões levarão a uma revisão dos resultados de anos anteriores.

De acordo com o comunicado, os números referentes ao grau de endividamento e seu capital de giro serão alterados, o que deve levar ao descumprimento de contratos e ao vencimento antecipado de dívidas. O montante de dívidas pode chegar a R$ 40 bilhões, informou a empresa.

Metrópoles