segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Pandemia afeta diagnóstico precoce do câncer de mama


 













Milhares de mulheres deixaram de realizar consultas e exames preventivos ao câncer de mama em todo país por conta da pandemia de coronavírus. Somente no Paraná, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a queda na procura por mamografias este ano chega a 56%. Ao todo, 92.642 mamografias foram realizadas até junho no estado. Em 2019, foram realizados 330.803 procedimentos. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que, em 2020, o Brasil registre 66.280 novos casos de câncer de mama. No Paraná este número pode chegar a 3.470. 

Para o médico ginecologista e mastologista de Apucarana, Ribamar Maroneze, o impacto da pandemia no diagnóstico da doença é grande, mas só será sentido mais a frente. “O principal impacto que vejo nessa queda por consultas e exames preventivos é que poderemos ter um aumento na mortalidade dessas pacientes, e isso não será sentido agora. O diagnóstico precoce é fundamental para que as chances de cura sejam maiores”, explicou. 

Ainda de acordo com o médico, desde o início da pandemia, em março, até setembro, deixaram de ser diagnosticados no Brasil de 70 a 90 mil novos casos de câncer, de acordo com a Sociedade Brasileira de Patologia e de Cirurgia Oncológica. “Essa redução aconteceu por dois motivos: primeiro porque muitos serviços reduziram a oferta, espaçando consultas e diminuindo o número de profissionais para atendimentos. Depois, muitas pacientes deixaram de procurar atendimento por medo da contaminação por coronavírus. Muitas mamografias deixaram de ser realizadas e somente agora estamos retomando o fluxo de atendimentos”, disse.