sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Ministro da Saúde reconhece 'repique' da Covid-19 mais evidente no Sul e no Sudeste


 












O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, reconheceu nesta quinta-feira, 26, o aumento de casos e óbitos pela covid-19 no Brasil. Antes a pasta culpava dificuldade de acesso a dados, por um ataque hacker recente, para desviar do assunto. "No Sul e Sudeste o repique é mais claro. No Norte e Nordeste é bem menos impactante, com algumas cidades fora da curva. O Centro-Oeste é mais no meio do caminho. Sim, isso é repique da nossa pandemia", disse Pazuello durante evento no Ministério da Saúde sobre cuidado e prevenção à prematuridade.

No evento, perguntas feitas pela imprensa não foram encaminhadas ao ministro. Ele também não se manifestou sobre os cerca de 7 milhões testes encalhados que vencem em dezembro e janeiro. Além disso, ignorou o vazamento de dados pessoais e médicos de ao menos 16 milhões de brasileiros. Os casos foram revelados pelo Estadão.

Pazuello minimizou, ainda, a falta de plano de vacinação sobre a covid-19. Ele afirmou que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) tem "a maior expertise do mundo" no tema, e que o plano deve ser divulgado quando houver sinal mais concreto sobre quais vacinas serão distribuídas ao SUS. "Cada vacina tem características diferentes. Precisamos aproximar um pouco mais do momento da chegada para fechar o plano logístico", disse. Ele afirmou que estudos sobre público-alvo já foram feitos.

Após reconhecer aumento de casos e mortes pela covid-19, Pazuello disse que os cerca de R$ 6 bilhões ainda disponíveis para transferir a Estados e municípios contra a covid-19 devem ser direcionados ao custeio do funcionamento dos leitos exclusivos para a pandemia em 2021. Além disso, para bancar cirurgias eletivas e tratamentos interrompidos no SUS durante a crise sanitária. O recurso é parte dos R$ 42 bilhões reservados à Saúde para combater a doença.

Durante a cerimônia, Pazuello disse que não há uma "segunda onda", mas um "repique" da pandemia. Ele afirmou que a Europa vive um novo surto, mas que o termo "onda" deveria ser usado de outra forma. Na sequência, ele disse que há quatro ondas em crises deste tipo: a doença que causa a pandemia, além de seus "surtos" ou "repiques"; agravamento de outras doenças que foram negligenciadas na crise; aumento de conflitos dentro de casa, como feminicídios e uma onda final de piora da saúde mental.