terça-feira, 24 de novembro de 2020

PF cumpre mais de 200 mandados em investigação contra tráfico de drogas

 

A Polícia Federal cumpre nesta 2ª feira (23.nov.2020) mandados da operação Enterprise, considerada a maior operação do ano no combate à lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e uma das maiores da história na apreensão de cocaína nos portos brasileiros. Investiga uma organização criminosa especializada no envio de cocaína para a Europa.

Ao todo, estão sendo cumpridos 215 mandados judiciais, sendo 66 de prisão e 149 de busca e apreensão. Os mandados são cumpridos em cidades de Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Bahia e Pernambuco.

Segundo a Receita Federal, 8 mandados também estão sendo cumpridos na Espanha, na Colômbia, em Portugal e nos Emirados Árabes Unidos.

Entre as medidas judiciais também foi determinado o bloqueio de R$ 400 milhões em bens dos investigados por narcotráfico. Todas as decisões foram expedidas pela 14ª Vara Federal de Curitiba.

Além disso, foram expedidas difusões vermelhas na Interpol para a prisão de 8 investigados que estão no exterior, bem como a identificação e sequestro de bens em outros países.

De acordo com a Receita Federal, as investigações tiveram início a partir de uma apreensão realizada em setembro de 2017, quando 776 quilos de cocaína que estavam sendo exportados pelo Porto de Paranaguá com destino ao Porto de Antuérpia, na Bélgica, foram apreendidos. A partir dessa apreensão, a PF instaurou 1 inquérito policial e os 2 órgãos públicos atuaram em conjunto nas investigações até descobrir a organização criminosa.

Segundo a PF, a investigação durou mais de 2 anos e aponta que os 2 portos mais usados pelos traficantes eram os de Santos, no litoral paulista, e de Paranaguá, no litoral do Paraná. A droga, ainda de acordo com as as investigações, era enviada, em grande parte, para a Europa.

As apurações indicam que os criminosos fazem lavagem de bens e ativos multimilionários no Brasil e no exterior com uso de várias pessoas interpostas (laranjas) e empresas fictícias, a fim de dar aparência lícita ao lucro do tráfico. Durante a investigação do caso foram anteriormente apreendidas 50 toneladas da droga nos portos do Brasil, da Europa e da África.

Segundo a PF, esta é a maior operação do ano em sequestro patrimonial, consubstanciados em aeronaves, imóveis e veículos de luxo, havendo a expectativa de que novos bens sejam identificados após o cumprimento dos mandados de busca e apreensão.

O nome da operação faz alusão à dimensão da organização criminosa investigada, que atua como 1 grande empreendimento internacional na lavagem de dinheiro e exportação de cocaína, o que, segundo a PF, trouxe alto grau de complexidade à investigação policial.

Ao todo, 670 policiais federais e mais 30 servidores da Receita Federal participam da ação.