
Em resposta a uma solicitação de esclarecimentos feita pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, o juiz responsável pela Lava Jato em Curitiba, Luiz Antonio Bonat, afirmou que parte das conversas grampeadas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com autoridades foi deixada de fora dos processos por terem sido consideradas irrelevantes para a investigação e por haver risco de vazamentos.
“Os áudios não incorporados aos autos eletrônicos, além de não selecionados como relevantes pela autoridade policial, tinham conteúdo sensivelmente privado e não foram juntados com a intenção de coibir o risco de vazamentos indevidos e de respeito à intimidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, escreveu Bonat em ofício enviado ao STF nesta quarta-feira (18).
Bonat afirmou também que foi a Polícia Federal (PF), e não o ex-juiz Sérgio Moro, que excluiu os trechos das conversas de Lula que foram grampeadas.
Entre as conversas não incluídas nos autos está a que a ex-presidenta Dilma Rousseff avisa a Lula que ele vai receber o termo de posse como ministro da Casa Civil. A conversa na época foi vazada por Moro que, depois, admitiu a irregularidade no grampo.
Reportagem da Folha de S. Paulo em parceria com o The Intercept Brasil do dia 8 de setembro mostra que os procuradores da Lava Jato e agentes da PF promoveram o vazamento seletivo do grampo ilegal feito contra Lula com o objetivo interferir no processo político.
Após a divulgação dessa reportagem, Fachin decidiu, de ofício, pedir explicações. O pedido foi feito na ação na qual Lula pede ao STF a declaração de nulidade de todos os atos processuais baseados em interceptações de suas conversas.
Com informações do Conjur.