quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Raquel Genofre foi atraída à morte por falsa promessa de participar de programa infantil na televisão



Carlos Eduardo dos Santos, suspeito de ser o autor da morte da menina Raquel Genofre, teria usado como isca, para atrair a menina, a falsa a promessa de participação em um programa infantil na televisão. "Ele teria levado ela até onde estava morando com a promessa que lá ela iria assinar uns papéis, que seriam necessários para a participação neste programa", revelou a delegada Camila Cecconello, responsável pelo interrogatório de Carlos Eduardo dos Santos, 54 anos, suspeito de ser o autor do estupro seguido de morte da menina Raquel Genofre, em novembro de 2008.
Santos, que está preso em Sorocaba (SP), foi interrogado por Cecconelo na última terça-feira, 24. Na semana passada a Polícia Civil do Paraná anunciou que, por meio do banco nacional de DNA, conseguiu identificar o autor do assassinato, ocorrido em 2008. Rachel foi encontrada dentro de uma mala na Rodoviária de Curitiba e, na época amostras de DNA encontrados no corpo da menina foram preservados.
O suspeito está preso na Penitenciária II de Sorocaba e tem extensa ficha criminal. Detido desde 2016, já foi condenado a 22 anos de prisão por estelionato, estupro, roubo e falsificação de documento. Os crimes ocorreram em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ele já foi indiciado pelo estupro de seis menores. 
Cecconello relatou que Santos concordou em dar o depoimento após ser informado de que um teste de DNA já havia sido feito e indicado ele como o possível autor da morte da menina, que na época tinha 9 anos. O suspeito contou que estava hospedado em um pensionato no Centro de Curitiba na época em que matou Raquel. À delegada, Santos teria relatado que estuprou e matou Raquel porque a menina, ao se aproximar do local indicado por ele como o escritório, teria começado a gritar. 
"Ele reconheceu a Raquel quando foi mostrado a ele uma foto dela", disse a delegada. De acordo com o depoimento prestado, ele alega que no mesmo dia que estuprou a Raquel, ele a teria matado. "Algumas alegações nós precisamos confirmar através de diligências que estaremos fazendo entre hoje e no decorrer dessa semana para confirmar exatamente como foi todo o andamento deste crime", afirmou Cecconello.
Segundo relato de Santos à delegada, ele escolheu deixar o corpo de Raquel na Rodoviária de Curitiba por acreditar que lá poderia transitar sem levatar suspeitas. Disse que depois de obsevar se alguém o havia visto deixando a mala, se afastou e abandonou a mala com o corpo da Raquel. Cecconelo afirma que os dados do que ele fez depois e antes do crime, bem como ele conseguiu a mala e possíveis testemunhas citadas por ele serão averiguadas ainda no decorrer desta semana.
Santos é natural de São Vicente, o interior de São Paulo, e quando cometeu o crime estaria no Paraná na condição de fugitivo, uma vez que estava cumprindo o regime semiaberto por roubo e estelionato, mas saiu do presídio e não voltou. Na época ele estaria divorciado. Santos é pai, mas não tem mais contato com a família. Sobre a identidade dele, que na época estaria trabalhando como porteiro em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, Cecconelo disse que ele relatou ter duas identidades. A transferência para Curitiba, segundo Cecconello, deve ocorrer em breve. "Dependemos apenas de alguns tramites burocráticos", afirmou.