segunda-feira, 17 de junho de 2019

Baixas no governo mostram como Bolsonaro gerencia crises criando outras

O presidente Jair Bolsonaro e auxiliares durante a cerimônia de posse de Joaquim Levy, o primeiro da esquerda para a direita, no BNDES


“Eu estou ‘por aqui’ com o Levy. Falei pra ele: demita esse cara na segunda-feira ou eu demito você sem passar pelo Paulo Guedes”.
“Esse cara” não era um moleque que sumiu com o dinheiro do pão, como fez parecer Jair Bolsonaro em conversa com jornalistas, mas o diretor de Mercado de Capitais do BNDES, banco de fomento presidido por Joaquim Levy. Entre outras funções, Marcos Barbosa Pinto era responsável pelo BNDESPar, braço de participações acionárias da instituição, que administra cerca de R$ 100 bilhões para investimentos.
Segundo a colunista do jornal O Globo, Miriam Leitão, o presidente estava incomodado com a relutância dos gestores do BNDES em abrir a “caixa preta” da instituição. O presidente quer detalhes das operações feitas durante os governos petistas, entre as quais empréstimo a Cuba, Venezuela e ao grupo JBS.
As informações são públicas, e facilmente acessáveis, mas Bolsonaro está convicto de que tem coisa escondida ali (alguém se lembra da Lava Jato do MEC, anunciada pelo ministro da Educação que caiu pouco depois? Pois é).