sexta-feira, 1 de março de 2019

Contador da família Richa se torna réu por organização criminosa e corrupção passiva em processo da Lava Jato

 Beto Richa se beneficiou com pelo menos R$ 2,7 milhões em propinas pagas em espécie pelas concessionárias de pedágio do Paraná, segundo o MPF  — Foto: J.F.Diorio/Estadão Conteúdo

O juiz Paulo Sérgio Ribeiro aceitou a denúncia contra o contador da família do ex-governador do Paraná, Dirceu Pupo, pelos crimes de organização criminosa e corrupção passiva em um processo da Lava Jato. Com isso, Pupo passa a ser réu no processo.

O Ministério Público do Paraná (MPF) também denunciou o primo de Beto Richa Luiz Abi Antoun pelos mesmos crimes. No entanto, a denúncia foi apresentada separadamente porque ele está fora do país. Até a publicação da reportagem, não havia decisão sobre a denúncia relacionada a Abi.

Dirceu Pupo e Abi Antoun são apontados pelos procuradores como operadores financeiros no esquema que envolvia crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, estelionato e peculato em um esquema relacionado à administração das rodovias federais no Paraná que fazem parte do chamado Anel da Integração.

Ainda conforme o MPF, Beto Richa se beneficiou com pelo menos R$ 2,7 milhões em propinas pagas em espécie pelas concessionárias de pedágio do Paraná e por outras empresas que mantinham interesses em atos do governo.

Pupo foi preso no dia 25 de janeiro, na deflagração da 58ª fase da Lava Jato, um desdobramento da Operação Integração. No dia 2 de fevereiro, a Justiça negou um pedido de revogação da prisão dele. Dirceu está preso no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

A denúncia contra Pupo diz que os atos criminosos ocorreram entre 2011 e 2018 , de forma contínua e sistêmica, 42 vezes em reuniões presenciais ocorridas no Palácio Iguaçu, em Curitiba.

Os procuradores afirmam ainda que Beto Richa, em co-autoria com o primo Luiz Abi Antoun e Dirceu Pupo, de modo consciente e voluntário, solicitou, aceitou e recebeu o pagamento de vantagem indevida.

Ainda na denúncia, os procuradores afirmam que Dirceu Pupo atuava a mando de Beto Richa e em nome dele e tinha envolvimento direto com demais integrantes da organização criminosa, inclusive encontrando-se com eles para captar dinheiro em espécie.