quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Venda de fogos cresce, mas número de queimados cai na virada de ano

O hospital Evangélico

O setor de queimados do Hospital Evangélico, em Curitiba, teve uma movimentação atípica nesta virada de ano. Mas por um bom motivo: é que os casos de queimados em situações relacionadas às festividades e o manuseio de material pirotécnico, como fogos de artifício, despencaram na unidade.
De acordo com Taynah Silva, cirurgiã plástica especializada no atendimento a queimados e que atua na unidade de saúde, entre o dia 31 de dezembro de 2018 e o final da tarde de 1º de janeiro foram registrados 30 atendimentos na ala de queimados do hospital, sendo que apenas três eram ocorrências relacionadas a fogos de artifício. Todos os demais casos eram de queimaduras causadas por contato com superfícies quentes.
A situação não deixa de ser curiosa, uma vez que o comércio de fogos teve um dos melhores finais de ano dos últimos tempos, com crescimento de 10% na comparação com o ano anterior, quando 19 casos de pessoas queimadas ao utilizarem fogos de artifício chegaram ao hospital – na ocasião, um morador de Almirante Tamandaré foi atingido por uma bateria de fogos e teve a perna amputada, bem como uma criança feriu-se ao estourar um rojão e teve o dedo decepado.
Já neste ano, o caso mais grave envolveu um homem que sofreu queimaduras de terceiro grau no antebraço esquerdo. Ele foi internado no final da tarde de ontem e ainda não há mais informações sobre o seu estado de saúde. Além dele, duas crianças tiveram queimadura em face ao manejar esse tipo de artefato, mas foram apenas ferimentos superficiais.
Há de se destacar, contudo, que essa maior tranquilidade na ala de queimados ainda pode mudar, como destaca a médica Taynah Silva. Segundo ela, as semanas no período entre o Natal e o dia 05 de janeiro são as com maior número de queimados procurando atendimento no Hospital Evangélico. . “Ano passado tivemos um número maior (de casos relacionados às destas), mas tem de ver como será os próximos três ou quatro dias, porque o pessoal que volta agora das praias costuma nos procurar também”, complementa. (RK)